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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Sugestão Cinematográfica: Como estrelas na terra, toda criança é especial


Segue sinopse de um filme que nos emociona e faz refletir sobre nossas ações enquanto pessoa e profissional.
Vale a pena assistir!

Como estrelas na terra, toda criança é especial                                Direção: Aamir KhanÉ preciso que o espectador esteja atento desde o início do filme, pois a temática já é apresentada nas cenas que precedem a ficha técnica. Ishaan, um garotinho feliz e saudável, de 8 anos de idade, vai sendo oprimido e desrespeitado em sua forma de ser e ver o mundo. Em oposição ao ritmo frenético do universo adulto, em que todos se submetem à ideologia da produção, Ishaan demora-se contemplando as cores e movimentos das ruas, encomprida o sonho na cama, nesse estado fértil entre o sono e a vigília, um sorriso no rosto que pede para ser compartilhado; mas não há tempo para isso.
Na escola, essa opressão ganha cores mais intensas nas humilhações que sofre por parte de professores e colegas. Ele é o aluno problemático, preguiçoso, disperso, que prefere brincar a aprender, insistindo nos erros de escrita e de matemática. Esses constantes fracassos escolares levam o pai a colocar o filho em um internato. Lá, o sofrimento continua. O lema da “nova” escola, entoado com orgulho pelo corpo técnico, é: “Disciplina. Já domamos cavalos selvagens, vamos domar este também”. Ishaan é de imediato identificado como o garoto incapaz de se desenvolver intelectualmente. Pior: ele acaba aceitando esse rótulo, submetendo-se às novas humilhações dos professores sem qualquer reação. Deixa de falar, de desenhar e vai se tornando indiferente a tudo e a todos.
Até que surge um professor que empatiza com Ishaan e, olhando seus cadernos, identifica, para além da preguiça e dispersão, a presença de uma patologia: dislexia. A partir desse momento, o filme toma outro rumo.
Nossa posição tem sido a de questionar esse diagnóstico, em geral feito apressada e inconsistentemente por profissionais da área de saúde e, principalmente, por professores, que não são formados para essa função de diagnosticar doenças. Temos insistido em que não é exatamente a revelação do diagnóstico que muda a vida de quem sofre por suas dificuldades na aprendizagem da escrita, mas os desdobramentos que a sucedem. Por vezes, assumir que a criança possui uma patologia leva pais e profissionais a acolherem e a se relacionarem com ela de modo mais saudável, respeitando sua singularidade. E isso faz toda a diferença. Infelizmente, esta não é a regra e muitos dos diagnosticados disléxicos crescem estigmatizados e, ainda que não queiram, evitam situações letradas, como se não fossem de direito.

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