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terça-feira, 11 de janeiro de 2011

É só uma mentirinha!

Se você flagrou o seu filho mentindo, mantenha a calma! A mentira nem sempre é sinal de desonestidade e é importante aprender a perceber quando mentir pode ser sinônimo de doença.
Até os seis anos de idade, as crianças ainda estão aprendendo sobre si mesmas, sobre o mundo, sobre as regras e os comportamentos. Nessa fase, a fantasia serve para construir a noção do mundo e a criança nem sempre consegue diferenciá-la da realidade. Histórias fantásticas, bichos, fantasmas e super-heróis fazem parte desse mundo da fantasia, indispensável para o desenvolvimento emocional. Por isso, nós precisamos compreender que até essa idade as crianças podem mentir sem total consciência dos resultados dessa atitude.  
Crianças mentem para fugir de punições, para proteger os outros, por sentimento de culpa ou para conseguir o que desejam. Nosso comportamento e os resultados positivos ou negativos da mentira podem fazê-la se tornar um hábito ou uma doença. Por isso, mesmo que inventar histórias e fatos seja relativamente normal na idade pré-escolar, precisamos ensinar a importância da verdade desde muito cedo.
Quando uma criança mente, devemos apontar esse comportamento e esclarecer que falar a verdade pode trazer consequências   positivas enquanto a mentira pode acabar prejudicando outras pessoas ou mesmo a própria criança. Não é preciso brigar e sim conversar, ensinar.
Como as crianças copiam o comportamento dos pais e dos adultos que amam, é preciso evitar as pequenas mentiras que todos costumamos contar e que chamamos de mentirinhas brancas. Trata-se daquelas pequenas desculpas, elogios falsos ou histórias que inventamos para evitar conflitos ou agradar os outros. Se essas pequenas mentiras são contadas frequentemente dentro de casa, a criança poderá interpretar que algumas mentiras são permitidas.
Por isso, atenção! Evite mentir para as crianças. Se não puder fazer algo que seu filho pede ou comprar o que ele deseja, fale a verdade. Explique os reais motivos mesmo que, aparentemente, ele ainda não entenda por completo.
Quando a mentira se torna um problema
A partir dos sete anos e principalmente na adolescência, a mentira passa a ser usada de forma mais consciente e a criança ou o jovem pode mentir para tirar proveito das situações. Nesses casos, é preciso ser firme e tentar perceber o que pode estar errado na comunicação familiar.
Mentiras recorrentes podem esconder algum problema emocional maior, insegurança ou outros conflitos que a criança tenta ocultar. Na adolescência, como o jovem luta por sua individualidade e precisa de um mundo só seu,  podemos ter mais dificuldade em perceber exatamente o que vem ocorrendo ou quando a mentira está sendo usada exageradamente. Por isso, devemos tentar estabelecer com o adolescente uma via de comunicação aberta para que ele se sinta acolhido e aceito, independentemente de seus atos ou erros. Isso pode evitar que o adolescente sinta necessidade de criar um mundo à parte e que tenhamos de xeretar suas gavetas ou suas agendas.
Mas para fazer seu filho crescer longe da mentira ou saber o que fazer quando ela aparece, preste atenção a alguns conselhos:
 — Nunca brigue com uma criança pequena frente a uma mentira. Prefira explicar em linguagem simples as vantagens de se falar a verdade. A fantasia é importante para o desenvolvimento e deve ser estimulada de forma saudável.
— Mentiras recorrentes sobre um mesmo tema podem indicar alguma angústia, desejo ou ansiedade. Procure perceber o que a criança está querendo dizer com essa conduta.
— Se aos sete anos a criança mente com muita frequência, convém procurar ajuda especializada.
— Se estiver desconfiado que seu filho adolescente está mentindo, não vasculhe suas gavetas. Isso pode abalar a confiança dele em você, fundamental nesse período da vida. Prefira chamá-lo para uma conversa séria e deixe claro que está disposto a ajudá-lo em qualquer dificuldade.

Fonte: texto de Paula Dely

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