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quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Meus pais se separaram, e agora?

Talvez a situação mais difícil pela qual uma família possa passar é a separação do casal. Mais difícil que uma crise financeira, mais difícil até do que uma doença grave, a separação representa uma mudança muito radical na vida de todas as pessoas que fazem parte daquele grupo familiar. Todos sofrem: pais, filhos, avós, tios.
Quando isso ocorre na família de um amigo, em geral, somos capazes de dar conselhos, oferecer um ombro amigo e, às vezes, até mesmo ceder um lugar no quarto para o amigo passar uns tempos enquanto a situação em sua casa não se resolve. Mas, quando a separação acontece com os nossos pais, é muito difícil encarar com tranqüilidade o fato. Muitas dúvidas surgem: quem é o culpado pela separação? Será que meu pai ou minha mãe está namorando outra pessoa? Como eu e meus irmãos vamos ficar agora? Onde e com quem vamos morar? Será que vou poder ver sempre meu pai ou minha mãe?
Essas e muitas outras perguntas começam a rondar a cabeça de todas as crianças e adolescentes que enfrentam a separação dos pais. A situação complica-se quando essa separação ocorre no meio de muitas brigas, e os filhos acabam ficando confusos, sem saber de que lado ficar com medo de magoar o pai ou a mãe. A adaptação à nova situação demora um tempo, mas acaba acontecendo. Esse tempo, porém vai ser maior ou menor, dependendo da atitude das pessoas da família diante da separação. Algumas dicas podem ajudar os filhos a enfrentar melhor a situação:
1. Não tentar achar um culpado. A primeira reação de todas as pessoas, em qualquer situação em que algo dá errado, é tentar culpar alguém. Na separação de um casal, porém, não existe um culpado ou um único fato capaz de desencadear o rompimento. É o conjunto de várias circunstâncias com as quais o homem e a mulher não conseguiram lidar que faz com que o casamento se desgaste e que o amor entre eles acabe.
2. Procurar ficar longe da briga dos pais, por mais difícil que isso possa parecer. É comum que muitas separações acabem se transformando em um campo de batalha entre os pais e que eles, perturbados com a situação, tentem fazer dos filhos seus "aliados" nessa guerra. A mãe fala mal do pai para o filho e vice-versa, com o objetivo de fazer da criança ou do adolescente um "mensageiro". É importante, porém, que os filhos tentem ficar afastados dessa guerra, porque a chance de todos saírem magoados é muito grande. É melhor manter uma relação amigável com ambos, tentando não se posicionar a favor deste ou daquele.
3. Compreender que o que acabou foi o casamento entre os pais e não o amor que os une aos filhos. Em uma separação, o que termina é o casamento, a relação entre o casal, mas a família, os laços que unem pais e filhos, não se desfazem com a separação.
4. Não esconder o que se está sentindo. É muito importante que o filho procure conversar com os pais sobre os seus medos, as suas inseguranças e sobre as dificuldades em enfrentar a nova situação. Muitos filhos tentam esconder seus sentimentos para não perturbar ainda mais os pais, mas, quanto mais se busca esconder o que se sente, mais difícil é lidar com as incertezas que uma separação traz. Quanto mais se conversa sobre as próprias dificuldades, mais fácil é superá-las.
5. Se a criança ou o adolescente sentir que está muito difícil enfrentar as mudanças decorrentes da separação sozinho, é necessário procurar ajuda. Ao expor a sua dificuldade para os pais, o filho pode pedir para conversar com um profissional que possa ajudá-lo a superar essa fase, no caso, um psicólogo. A terapia poderá auxiliá-lo a reorganizar idéias e sentimentos e a enfrentar a nova vida com mais segurança. Se essa hipótese não for viável, a presença de uma pessoa de confiança (um parente próximo ou um amigo) pode ser importante para um bom desabafo.
A separação de um casal, na maioria dos casos, representa a melhor solução para um casamento infeliz. Apesar de ser uma situação difícil de enfrentar, pela quantidade de mudanças que causa, pode ser o início de uma nova relação entre os membros da família e de mudanças positivas para todos. Para isso, no entanto, é preciso que pais e filhos tornem-se aliados para enfrentar novos desafios.
 
Fonte: www.educacional.com.br/falecom/psicologa

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