Quantas vezes você já passou por aqui?

Mostrando postagens com marcador Comportamento. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Comportamento. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Volta às aulas - A primeira vez na escola - Adaptação Escolar


 
O primeiro dia na escola é sempre difícil. Não à toa, ganhou até um nome: adaptação. Adaptação dos filhos, que chegam a um ambiente novo, diferente e desconhecido. E adaptação dos pais, que também sofrem com a ansiedade e o medo da reação da criança. A adaptação escolar é exatamente esse tempo dado às crianças (e aos pais) para que se acostumem à nova rotina.
A partir de agora, o seu filho vai passar algumas horas por dia longe de você, na companhia de adultos e crianças que até ontem ele não conhecia. "É importante explicar a ele exatamente o que está acontecendo: que ele vai para a escola, que vai ter uma professora e amiguinhos novos".
Para pais e mães, esse é sempre um momento difícil, mesmo que a escolha da escola tenha sido algo muito pensado e ponderado. Muitas vezes, seu filho chora e diz que não quer ficar com a professora. Em outras, não demonstra insatisfação e sequer exige a presença dos pais nos primeiros dias. Como agir em cada um desses casos? Para começar, você deve saber que a adaptação é um momento de transição na vida dele. Por isso, é importante estar tranquilo em relação à escola e transmitir essa tranquilidade à criança.

Leia a seguir respostas a nove dúvidas que podem surgir no momento de levar o seu filho à escola pela primeira vez e curta essa fase tão importante - da vida dele e da sua.

1. Qual é a idade certa para a entrada na escola?

O ideal é que a criança vá para a escola por volta dois anos, pois é uma idade em que a convivência com outras crianças passa a ser mais estimulante. Mesmo do ponto de vista médico, o indicado é que a criança fique em casa até completar dois anos, pois essa é a idade em que ela atinge a sua plenitude imunológica e fica menos vulnerável a infecções. No entanto, se você tiver de trabalhar e não tiver com quem deixar o seu filho, nada de traumas: faça uma pesquisa e escolha um bom berçário, com boas instalações e com profissionais nos quais você confie. Em alguns casos, é melhor ir para uma boa escola do que ficar em casa com alguém sem formação.

2. Como prepará-lo para o ingresso na escola?

É importante não esconder nada. Explique que ele vai para a escola a partir de um determinado dia, que você vai levá-lo, vai buscá-lo e que o acompanhará no início. Fale dos novos amigos que vai fazer,  da professora, de como é a escola e o que acontece por lá. Mas é importante não exagerar, não falar como se ele estivesse indo para um bufê infantil, para que ele não fique frustrado. Nessas horas, nada como uma boa conversa.

3. Qual é o papel da família na adaptação?

Para o pai e a mãe, a adaptação começa na escolha da escola. Feita a escolha, a família tem que conhecer os rituais da escola, frequentar as reuniões que antecedem o início das aulas e abrir um canal de comunicação com o professor. Além disso, os pais têm o papel de esclarecer, explicar por que ele está indo para a escola, deixar claro que ele vai ficar sozinho lá depois de alguns dias. Não crie falsas expectativas no seu filho. O melhor é dizer a verdade. Explique que você vai acompanhá-lo por um período, mas que, depois disso, você vai voltar ao trabalho e ele vai ficar só com a professora e com os colegas.

4. Qual é o papel da escola na adaptação?

A escola é representada pela figura da professora, que tem um papel fundamental. Ela deve ser duplamente sensível, para entender os anseios dos adultos e das crianças. A professora deve acolher a criança, mostrar as instalações da escola, apresentar os coleguinhas. O ideal é que atenda individualmente cada aluno durante o período de adaptação. Os pais podem acompanhar tudo por meio dos relatos delas, que, nesse período inicial, devem estar mais atentas do que nunca ao comportamento e à alimentação das crianças.

5. Por quanto tempo o pai ou a mãe devem ficar na escola?

O tempo mínimo é de um ou dois dias. O tempo máximo varia de criança para criança, mas, em geral, uma semana ou dez dias são suficientes. Se após esse tempo o seu filho ainda não estiver adaptado e continuar exigindo a sua presença, o melhor é conversar com a coordenação da escola para saber como agir. Talvez seja o caso de pensar em outra estratégia de adaptação. Uma dica importante: nunca vá embora sem se despedir do seu filho. Ele pode se sentir traído e inseguro em relação à escola.

6. Como lidar com o choro?

 É preciso identificar se não é um choro manipulador, pois há crianças que fazem uso dessa artimanha para impedir que os pais as deixem. Muitas vezes, a criança chora ao ver o familiar se afastando, mas, logo depois, para e começa a brincar com os colegas. Há momentos em que é importante ir embora sem olhar para trás, para evitar que essa situação se arraste por mais tempo. Converse com os professores e coordenadores para decidir como agir em casos como esse. E lembre-se: chorar um pouco em uma situação como essa é até saudável.

7. É normal sentir culpa ao deixar o filho na escola?

Sim. É normal principalmente quando o filho ainda é bebê. É claro que, para o pai ou a mãe, sempre será difícil deixar um bebê nas mãos de um desconhecido (ou quase desconhecido), mas, lembre-se, uma hora ou outra, o momento de ir para a escola chegaria. O melhor é esquecer a culpa, pois a insegurança dos pais é facilmente percebida pelos filhos. Vá trabalhar feliz e faça com que o tempo que você tem com ele  seja de muita qualidade. No entanto, se achar que está sofrendo mais do que deveria com essa situação, não hesite em procurar ajuda.

8. Quando a criança passa da Educação Infantil ao Fundamental, é necessário um período de adaptação?

Sim. Em geral, a própria escola faz esse ritual de passagem, mostrando às crianças e aos pais as novas salas de aula, o material que será utilizado e explicando quais serão as novidades que vêm com essa nova etapa. Se houver uma troca de escola, é importante que os pais estejam mais disponíveis nos primeiros dias.

9. Como deve ser feita a adaptação de uma criança que vem de outra escola?

Uma mudança de escola é sempre um pouco mais difícil. Por isso, deve ser muito bem planejada pela família. Se possível, o ideal é que a criança conheça a escola e os professores ou o coordenador antes de as aulas começarem. Isso é importante para que ela tenha referências, saiba a quem recorrer caso tenha dúvidas ou problemas. Além disso, é fundamental que ela entenda por que essa mudança está ocorrendo. O melhor é ser transparente. Em casos de crianças mais velhas, os outros alunos da turma também devem ser preparados para a chegada do novo colega.


Profissionais consultados para esta matéria:
- Luciana Fevorini, doutora em Psicologia Escolar pela Universidade de São Paulo (USP
- Fernanda Flores, coordenadora pedagógica da Educação Infantil da Escola da Vila, em São Paulo (SP)
- Alessandro Danesi, pediatra do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo (SP)

terça-feira, 26 de novembro de 2013

10 atitudes negativas quando chega um boletim vermelho


Veja o que você não deve fazer ao pegar um boletim insatisfatório.

1. Reagir com agressão física ou verbal é o erro mais grave. Em vez de estimular a criança a estudar, você acaba deixando-a com medo ou raiva.

2. Comparar o desempenho da criança com os colegas dela ou com seu desempenho escolar de anos atrás. "É importante que o filho sinta que os pais têm confiança nele, mesmo nos momentos de crise. Isso pode ser motivador para reverter a situação", indica Marta Campos, da Escola Viva.

3. Usar termos que diminuam a criança ou que mostrem que ela é incapaz de reverter a situação. "Dizer 'eu avisei' também não é indicado, assim como ter sermões prontos. É importante agir com a razão e não com a emoção", diz Edson D'Addil, orientador educacional do Colégio Vértice, em São Paulo.

4. Negociar com a criança, oferecendo benefícios materiais, caso ela melhore suas notas. Pior ainda é prometer coisas que ela sabe que você não conseguirá cumprir.

5. Exigir além da possibilidade de rendimento da criança para a idade dela.

6. Desautorizar a escola e falar mal dos professores para a criança.

7. Aceitar justificativas que retirem a responsabilidade dela sobre o resultado.

8. Fazer drama ou chantagem emocional com a criança.

9. Não impor uma rotina de estudos para a criança ou não cobrá-la para cumprir essa rotina.

10. Apenas colocar a criança de castigo, sem nem ouvir o que ela tem para falar.

Fonte: http://educarparacrescer.abril.com.br/comportamento/atitudes-negativas-boletim-vermelho-624066.shtml

 

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

E agora, meu filho está de recuperação?!




Depois de um ano com muitas aulas, provas e trabalhos, chegaram as tão merecidas férias da garotada. Será mesmo? Nem todos os alunos poderão curtir como gostariam, pois muitos deles não tiveram um bom desempenho ao longo do ano e agora estão de recuperação. Como os pais devem apoiar os filhos?
“Trata-se de um período em que o tempo parece não ser mais um aliado. A insegurança e as incertezas sobre os resultados tendem a dominar as emoções nessas horas que separam os estudos das avaliações finais. A “temperatura sobe” e invariavelmente os pensamentos pessimistas prevalecem sobre as esperanças. Se porventura é assim que o aluno se encontra, é hora de controlar os ânimos, arregaçar as mangas e estudar com foco e sabedoria”, ensina Laércio Carrer, professor e coordenador pedagógico do Ensino Fundamental II.
A seguir, ele dá algumas dicas tanto para ajudar os alunos em recuperação, como para os pais participarem mais da vida acadêmica dos filhos:
Mais rigor e menos rancor

"O aluno precisa reconhecer que o período de Recuperação pode propiciar a retomada de conteúdos que não foram devidamente assimilados durante o ano. Nesse sentido, a Recuperação deve ser entendida como uma possibilidade a mais de crescimento e não um castigo ou punição”.
 
Dedicação e Tranquilidade
 
“O estudante deve organizar o tempo e as condições de estudo. Separar o material necessário; repassar os conteúdos selecionados pelos professores e procurar manter-se equilibrado emocionalmente. Quanto mais tenso, menor a capacidade de entender e absorver as informações. Caso necessário, fazer uma breve interrupção quando mudar de tema estudado ou disciplina. Compreender o que se está estudando é fundamental”, diz o professor.          
 
Quanto ao aluno - Não minta para você mesmo
 
"Estude com convicção e determinação. Não faça de conta que está estudando e não tente apenas provocar compaixão naqueles que estão a sua volta. Seja sincero com a sua responsabilidade. Caso tenha dificuldades com determinados assuntos, procure ajuda com os colegas de classe, educadores ou com os pais. Não deixe de participar das aulas e atividades programadas no período de Recuperação. São momentos preciosos onde os professores procuram reforçar conceitos fundamentais e chamar a atenção dos alunos sobre os temas essenciais”, alerta o educador do Colégio Albert Sabin.
 
Pais:  presença significativa
 
É importante acompanhar e supervisionar o ritmo de estudos dos filhos nessa reta final.”Observar se a preparação está compatível com o grau de exigência solicitado. Ter clareza de que os períodos destinados ao lazer, uso da internet e afins de seus filhos deverão ser reduzidos para que possam se dedicar mais aos trabalhos educativos.
Além disso, os pais precisam compreender que o período de Recuperação não é momento de “acerto de contas”, ou seja, nessa fase não é recomendável que se critique ou se repreenda a eventual falta de empenho do estudante ao longo do ano. Deixe para fazer uma reflexão após os resultados. No instante da Recuperação é fundamental harmonizar esforços e sentimentos.
Quanto mais os pais estiverem afinados com seus filhos, maiores serão as chances de sucesso.

Conseguindo ou não o resultado desejado, o percurso e a postura escolar deverão ser devidamente analisados para que se possa crescer e aprender com a situação. A maturidade também é um processo que precisa ser respeitado. Cada aluno tem o seu ritmo e sua capacidade de assimilação”, finaliza Laércio Carrer.

Fonte: http://www.chrisflores.net/educacao/4/materia/1363/meu-filho-esta-de-recuperacao-e-agora.html


quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Cala a boca já morreu?


 
"Cala a boca, menino!" Essa frase já foi usada com regularidade por muitos pais há algum tempo. Quando a criança interrompia uma conversa de adultos com insistência, quando falava o que não deveria falar, quando o momento exigia silêncio, por exemplo, a frase era dita com tranquilidade pelos adultos.
O mais interessante é que a expressão não era considerada agressiva, tampouco humilhante, nem pelos adultos nem pela própria criança. Era como dizer "Fica quieta, menina!" de modo mais incisivo, quando a situação assim o exigia.
Com o passar do tempo, os conceitos de educação dos filhos mudaram, a maneira de tratar a criança mudou e os adultos passaram a buscar uma convivência com os filhos que fosse mais respeitosa. Deixamos, pouco a pouco, de tratar as crianças como se elas não tivessem sentimentos reativos à maneira como os adultos se relacionavam com ela.
 Essas mudanças provocaram transformações na formação da criança: ela passou a ser mais questionadora, a ter mais presença e a ser reconhecida como integrante do grupo familiar, com direitos, e não apenas com o dever de obedecer aos pais. Surgiu, então, uma frase: "Cala a boca já morreu".
A transição de uma fase à outra não ocorreu sem percalços, é claro. Muitos pais se perderam, as crianças passaram a ser o centro da família e tornaram-se ruidosas, exigentes, autoritárias até. Foi então que passou a circular no mundo adulto a ideia de que as crianças não têm limites e esse conceito pegou.
O mundo dos adultos mudou concomitantemente: a juventude deixou de ser uma etapa da vida e passou a ser um estilo de viver e isso levou o adulto a viver mais para si e a ter grandes dificuldades de renunciar ao que considera importante em sua vida. A busca da felicidade transformou-se em meta de vida e isso fez com que problemas e dificuldades que surgiam no trajeto da vida fossem ignorados ou contornados para que desaparecessem.
Como consequência dessa nova forma de estar no mundo, tanto de crianças quanto de adultos, surgiram contradições. Os adultos querem tranquilidade e filhos ao mesmo tempo. As crianças querem ser atendidas e, hiperestimuladas, tornam-se agitadas e fazem os pais perderem a paciência em curto espaço de tempo. Como conciliar a convivência de expectativas tão distintas?
O avanço tecnológico nos permitiu ressuscitar o "Cala a boca, menino!". Por onde andamos, vemos crianças entretidas com tablets, aparelhos celulares, reprodutores de vídeos portáteis. Em restaurantes, em carros, em hotéis, em praias, vemos crianças hipnotizadas com as traquitanas tecnológicas.
A televisão já ocupou esse lugar, tanto que foi chamada de "babá eletrônica". Mas ela tem restrições: só pode ser usada em casa. Agora, esses outros recursos possibilitam que as crianças deixem de perturbar os pais em qualquer lugar.
A tecnologia e a internet e suas amplas possibilidades fazem parte da vida de nossas crianças e são recursos que podem ser usados de modo rico e favorável a elas. Mas, dessa maneira que as temos usado, é apenas mais um estímulo que se junta a tantos outros.
É ingenuidade pensar que a criança se acalma com seu uso. Ela se agita mais ainda sem ter alvo certo, sem aprender a dirigir sua energia para o que precisa, torna-se ainda mais dispersa.
O "Cala a boca, menina!" de hoje é bem mais sofisticado e sedutor, mas continua a ser um "cala a boca".
Fonte: texto de  Rosely Sayão – psicóloga e consultora em educação.
 

quinta-feira, 25 de julho de 2013

O que é psicose infantil?



Para Ajuriaguerra e Marcelli (1986) a psicose infantil é um transtorno de personalidade dependente do transtorno da organização do eu e da relação da criança com o meio ambiente. As características do psicótico infantil listadas são:
- dificuldade para se afastar da mãe;
- problemas para compreender o que vê;
- alterações significativas na forma ou conteúdo do discurso, repetindo de imediato palavras e/ou frases ouvidas (fala ecolálica), ou empregando-se de forma idiossincrática estereotipias verbais ou frases ouvidas anteriormente, sendo comum a inversão pronominal, referindo-se a ela mesma usando a terceira pessoa do singular ou o seu nome próprio;
- alterações significantes na produção da fala com relação ao volume, ritmo e modulação; habilidades especiais; conduta socialmente embaraçosa; e negação da transformação da alimentação líquida para sólida ou bulimia não diferenciada incorporando qualquer objeto pela boca.
Na concepção de Winnicott,  o desenvolvimento afetivo-emocional da criança constitui-se da subjetividade do sujeito a partir de uma relação saudável entre mãe e bebê, o qual apresenta uma relação visceral com a mãe em seu primeiro ano de vida, considerando-a, junto com o ambiente, uma extensão do seu próprio corpo, pois neste período não há ainda a divisão do “não-eu” e do “eu” do bebê. Portanto, epara a formação saudável da psique do bebê é necessário que ambos, mãe e ambiente, sejam suficientemnte bons, caso isto não ocorra ou não sejam corrigidas as falhas de não suprimir as necessidades do bebê estabelece-se na relação mãe-bebê uma espécie de carência/deficiência, que acarreta para o bebê uma grande ansiedade e, por isto, um comprometimento na constituição da sua subjetividade. Assim, a ocorrência de distorções no relacionamento mãe-bebê seria a origem dos quadros de psicose.
O brincar com dificuldade da criança psicótica, que vai desde a inibição total ou parcial até a desorganização da conduta, é indicativo de perturbações sérias, já que isso exige a possibilidade de simbolizar e no psicótico o significante é a mesma coisa que o significado (equação simbólica), assim a possibilidade de expressão de conflitos depende da quantidade, qualidade e inter-relação das partes mais preservadas da personalidade ou que conseguiram uma organização não psicótica.
 Assim, uma estrutura psicótica de personalidade na criança é evidenciada por:
- carência de adequação à realidade, em consequência do predomínio do processo primário, que ocasiona a distorção na percepção do mundo externo e, no psicodiagnóstico, na relação ou no vínculo com o Psicólogo;
- predomínio de equações simbólicas, nas quais as fantasias atuam diretamente, com personagens extremamente cruéis, terroríficos e onipotentes, o que corresponde a um Superego primitivo de características terroríficas e sádicas, que para Melanie Klein é um dos fatores básicos do transtorno psicótico;
- perseverança ou estereotipia na conduta verbal e pré-verbal, produzindo brincadeiras estereotipadas e rígidas;
- escolha de brinquedos e brincadeiras intencionalmente;
- movimentos e atitudes bizarras e bruscas;
-  produção sem criatividade;
- tolerância mínima à frustração, em consequência do predomínio do princípio de prazer;
-  e dificuldades de aprendizagem.
 
Fonte: http://www.psiqweb.med.br/site/

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Autismo




Autismo é um transtorno global do desenvolvimento marcado por três características fundamentais:
- Inabilidade para interagir socialmente;
- Dificuldade no domínio da linguagem para comunicar-se ou lidar com jogos simbólicos;
- Padrão de comportamento restritivo e repetitivo.
 
O grau de comprometimento é de intensidade variável: vai desde quadros mais leves, como a síndrome de Asperger (na qual não há comprometimento da fala e da inteligência), até formas graves em que o paciente se mostra incapaz de manter qualquer tipo de contato interpessoal e é portador de comportamento agressivo e retardo mental.
Os estudos iniciais consideravam o transtorno resultado de dinâmica familiar problemática e de condições de ordem psicológica alteradas, hipótese que se mostrou improcedente. A tendência atual é admitir a existência de múltiplas causas para o autismo, entre eles, fatores genéticos e biológicos.
 
Sintomas
 
O autismo acomete pessoas de todas as classes sociais e etnias, mais os meninos do que as meninas. Os sintomas podem aparecer nos primeiros meses de vida, mas dificilmente são identificados precocemente. O mais comum é os sinais ficarem evidentes antes de a criança completar três anos. De acordo com o quadro clínico, eles podem ser divididos em três grupos:
 
1) ausência completa de qualquer contato interpessoal, incapacidade de aprender a falar, incidência de movimentos estereotipados e repetitivos, deficiência mental;
 
2) o portador é voltado para si mesmo, não estabelece contato visual com as pessoas nem com o ambiente; consegue falar, mas não usa a fala como ferramenta de comunicação (chega a repetir frases inteiras fora do contexto) e tem comprometimento da compreensão;
 
3) domínio da linguagem, inteligência normal ou até superior, menor dificuldade de interação social que permite aos portadores levar vida próxima do normal.
Na adolescência e vida adulta, as manifestações do autismo dependem de como as pessoas conseguiram aprender as regras sociais e desenvolver comportamentos que favoreceram sua adaptação e auto-suficiência.
 
Diagnóstico
 
O diagnóstico é essencialmente clínico. Leva em conta o comprometimento e o histórico do paciente e norteia-se pelos critérios estabelecidos por DSM–IV (Manual de Diagnóstico e Estatística da Sociedade Norte-Americana de Psiquiatria) e pelo CID-10 (Classificação Internacional de Doenças da OMS).
 
Tratamento
 
Até o momento, autismo é um distúrbio crônico, mas que conta com esquemas de tratamento que devem ser introduzidos tão logo seja feito o diagnóstico e aplicados por equipe multidisciplinar.
Não existe tratamento padrão que possa ser utilizado. Cada paciente exige acompanhamento individual, de acordo com suas necessidades e deficiências. Alguns podem beneficiar-se com o uso de medicamentos, especialmente quando existem co-morbidades associadas.
 
Recomendações
 
- Ter em casa uma pessoa com formas graves de autismo pode representar um fator de desequilíbrio para toda a família. Por isso, todos os envolvidos precisam de atendimento e orientação especializados;
- É fundamental descobrir um meio ou técnica, não importam quais, que possibilitem estabelecer algum tipo de comunicação com o autista;
- Autistas têm dificuldade de lidar com mudanças, por menores que sejam; por isso é importante manter o seu mundo organizado e dentro da rotina;
- Apesar de a tendência atual ser a inclusão de alunos com deficiência em escolas regulares, as limitações que o distúrbio provoca devem ser respeitadas. Há casos em que o melhor é procurar uma instituição que ofereça atendimento mais individualizado;
- Autistas de bom rendimento podem apresentar desempenho em determinadas áreas do conhecimento com características de genialidade.
Fonte: http://drauziovarella.com.br
       

quinta-feira, 2 de maio de 2013

O bullying vem em muitas formas


 
Dizer a uma criança que ela não pode brincar, fere seus sentimentos, afeta sua autoestima e faz com que ela sinta-se rejeitada. Xingamentos são tão prejudiciais quanto os atos de agressão física por um colega de classe. Há maneiras de se preparar e agir antes que o bullying ocorra e existem medidas a serem tomadas caso aconteça.
•Explique o que significa ser intimidado para que a criança possa identificar essa situação.
•Discuta com amor que a culpa é do agressor e não da criança que foi intimidada. Ensinar como trabalhar com esses sentimentos ajuda a vítima de bullying a superar a raiva ou tristeza que podem vir a sentir.
•Ajude a criança a construir a autoestima. Um valentão é mais propenso a incomodar uma pessoa que não tem autoconfiança, que abaixa a cabeça. O valentão eleva a si mesmo ferindo outros. Ele, também, não tem autoestima.
•Elogie seu filho para ajudá-lo a se sentir bem sobre si mesmo. Exalte suas qualidades, dons e talentos.
•O estudante deve lidar com o bullying por si mesmo, falando diretamente e mostrando ao valentão que ele não gosta da situação e não tem que passar por isso.
•Diga-lhe para não dar ao agressor o que ele quer: pode ser dinheiro, ver o outro chorar ou se lamentar, doces, etc. Se você colocar dinheiro em uma máquina de refrigerante, a latinha vai cair sempre. O valentão continuará a se divertir se o aluno continua a dar o que ele quer, se ele sempre reage da mesma forma.
•Os pais podem dizer à criança para ignorá-lo, levar na brincadeira e seguir em frente, se possível.
•O aluno deve pedir aos amigos (se os tiver) para se unirem em apoio a ele.
•Instrua-os a permanecerem com muitas pessoas.
•Até uma criança no pré-escolar pode ser uma vítima de bullying. Um garotinho pegou o brinquedo de outra criança provocando raiva e agressão. O professor interveio dizendo: "Os brinquedos são meus e eu quero compartilhar com todos."
•Certifique-se de que a criança sabe a quem se dirigir para pedir ajuda: pai, irmão mais velho, professor, amigo adulto, outros líderes. A vítima deve ser específica ao descrever o abuso, "Aquele menino me bateu, falou mal de mim ou não me deixa jogar, etc."
•Se o adulto responsável não ouve, encontre um que o faça. Tranquilize a criança de que alguém irá ouvi-la.
•Diga a seus filhos: "Você sempre pode me procurar, caso tenha algum problema."
 Muitas vezes uma criança é provocada porque parece triste ou não parece gostar de si mesma. Os pais devem ensinar a criança a tratar os colegas de maneira gentil e cortês. E podem ajudar a alcançar esse objetivo através de seu exemplo de cortesia.
 Fonte: Traduzido e adaptado por Stael Metzger do original How to deal with a bully, de Jelean Reynolds.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

O que fazer quando seu filho tem estilo valentão?



A verdade é que, para nós, mães, nossos filhos são sempre os melhores. E, também, é verdade que enxergamos os defeitos, embora, muitas vezes, não admitimos para as pessoas, pois acreditamos, fielmente, que podemos ajudar os nossos filhos a superar seus defeitos, desafios e dificuldades de relacionamento. E, por certo, podemos.
Algumas crianças não sabem lidar ainda com a sua força. Muitas não conseguem se expressar ou até falar corretamente. No caso de crianças pequenas que usam a força para resolver suas questões, chegando a agredir outras crianças com tapas e até mordidas (claro que seu filho não vai matar ninguém com uma mordida), acabam causando incômodos.
Sei que as mães sofrem muito com os filhos valentões, que elas fazem de tudo para melhorar o comportamento dos filhos e se abalam quando algo acontece, gostariam que seu filho tivesse outro comportamento e temem que seu filho seja excluído do convívio dos coleguinhas. Isso traz angústia e tristeza.
Tenho um filho de cinco anos que era um valentão e passei por algumas experiências com ele. Garanto que nós dois sofremos muito até conseguirmos encontrar a solução. Vou compartilhar algumas dicas para você saber lidar e melhorar um filho valentão.
Entenda
Entenda que seu filho não é mau. As crianças são boas, algumas, apenas, têm diferentes temperamentos e ainda não sabem lidar muito bem com eles. Muitas usam a força e mordidas para resolver seus problemas. No caso dos meninos, a culpa é da testosterona, como afirma o escritor de best-seller Steve Biddulph, autor do livro “Criando meninos”, esse hormônio dá mais força e os meninos necessitam extravasá-la.
Não se culpe
Você pode se sentir triste, mas não culpada. Acredito que as mães têm o grande papel de direcionar um filho. Se ele está errado, a mãe percebe e direciona para o melhor caminho.
Não bata
A velha frase que diz: “Bater não resolve" é verdadeira. Quando você bate, na verdade, está ensinando seu filho que tudo se resolve no tapa, demonstra também descontrole, que nem você sabe o que fazer. Sem contar que ao batermos em uma criança, estamos humilhando ela. Sinceramente, acho uma grande covardia, pois a criança não consegue se defender, e as consequências ficam, muitas vezes, para sempre. Pode perguntar para um adulto se ele não lembra que o pai ou a mãe lhe batia?
Resolvendo de fato com paciência
Acredito que a paciência é a chave de toda transformação. Seja paciente com seu filho, não o agrida.
Dê mais atenção
Os valentões gostam de chamar a atenção, pois estão necessitando disso. Preste atenção ao seu filho, quando ele estiver assistindo algo e você percebeu que ele gostou, vá até ele e compartilhe de seu gosto, de sua alegria, pergunte do que ele mais gosta em seus brinquedos, coisas assim.
Também observe quando ele fizer algo errado, pare o que estiver fazendo, deixe a louça na pia, a roupa na máquina e corrija, imediatamente. Muitas mães deixam os filhos fazerem o que quiserem porque precisam terminar alguma tarefa. Pare as tarefas, mesmo as importantes, seu filho não tem preço. Essa regra é valiosa e os resultados são visíveis.
Demonstre amor
Mães amam seus filhos, mas ficam chateadas quando eles fazem algo errado, é natural. Corrija seu filho mas, imediatamente, demonstre um amor maior, faça um carinho no cabelo, dê um abraço apertado, um beijo, chame-o, simplesmente, para fazer um carinho e diga: “Eu te amo”. Outra dica é abaixe o tom de voz, esforce-se para falar com calma e baixo, sem brigas e intimidações. Lembre-se, eles são apenas crianças e o melhor ensino é o seu exemplo.
Elogio
Elogie, faça festa, dê valor quando o seu filho fizer algo correto e bom, esforce-se para perceber e para que ele perceba sua alegria.
Divirtam-se
Muitas mães acham que seus filhos não se comportam direito, às vezes, evitam as pessoas, a sociedade, preferem ficar em casa a ter de passar (vergonha). Acho isso errado e acredito que as crianças precisam do convívio com outras crianças para aprenderem seus limites, aprenderem que se baterem, o amiguinho não vai querer brincar mais com ele e assim por diante. Por isso, saiam em família, visitem os amigos com as crianças, fiz isso com meu filho, ele deu um pouco de trabalho no início, mas depois ficou feliz em encontrar os amigos e passou a valorizar e respeitar a amizade.
Uma dica para gastar energia é a prática de exercícios físicos. Matricule seu filho em algum esporte, para que ele canalize suas ideias e gaste energia.
Premiações
Mude o foco, comece a colocar outras coisas na vida de seu filho, você pode ensiná-lo a ler, fazendo metas e premiações ao realizar as metas. Assim, a criança tira o foco da valentia e pensa em outras coisas.,
Depois da observância dessas regras, meu filho, que era um valentão, mudou bastante, pelos ensinamentos e pela idade. Ele está sempre me dizendo: "Mãe, eu te amo!" e "Me dá um beijo!" ou faz um carinho, acho muito fofo. Também é cercado de amiguinhos que estão sempre procurando-o  para brincar, e se alguém faz algo errado, ele é o primeiro a dizer: "Não pode!" Essa é a melhor recompensa depois de tanto esforço.
 
 
Fonte: texto de Carla Pinheiro Alves -  http://familia.com.br

terça-feira, 5 de março de 2013

Como lidar com a mentira das crianças


Os pais ficam de cabelo em pé quando percebem que seu filho está mentindo. Bronca, castigo, conversar ou dar umas boas palmadas no bumbum... qual seria a melhor reação dos pais quando descobrem uma mentira contada pela criatura que pensam ser a mais ingênua de todas?
De início devemos saber que crianças de até cinco anos de idade não conseguem separar a fantasia do real. A imaginação faz parte do desenvolvimento normal da criança e é base para o pensamento lógico que o adulto tem. Mas com o passar dos anos, a fantasia dá lugar à noção de realidade, sem desaparecer totalmente.
A partir dos seis anos a criança ainda brinca com a sua imaginação e cria situações que não são reais, mas as invenções já são bem menores. A mentira torna-se intencional a partir dos sete anos, onde a criança já adquiriu noções de valores sociais e sabe exatamente a diferença da verdade e da mentira.
Normalmente, as crianças maiores mentem por temer repreensões e castigos, para fugir das suas responsabilidades, chamar a atenção dos pais ou melhorar a auto-estima.
Malandrinho - Uma criança vai mentir que está doente para não ir à escola, inventa que tem milhares de amigos no Orkut ou que fez viagem maravilhosa com os pais no fim de semana simplesmente para não ficar "por baixo" dos amiguinhos.
Mesmo que a criança ainda não saiba diferenciar a fantasia do real, desde pequena os pais devem lhe mostrar o que é mentira e o que é fantasia nas histórias dos pequenos.
Se a criança na fase pré-escolar traz um material escolar estranho e diz que a amiguinha lhe deu de presente, confirme se a história é real. Se não, diga à criança que aquilo não é seu e que não lhe foi dado, fazendo-a devolver para a colega. A criança inventou uma história, mas ainda não sabe distinguir o real da fantasia, mas a verdade precisa ser mostrada.
De pai para filho - Outros motivos que podem levar as crianças a mentirem é o exemplo dos pais. Se os pais mentem pedindo para o filho dizer que não está quando o telefone toca ou são tolerantes quando o pequeno mente, a criança poderá achar natural mentir e fica sujeito a fazer isso.
Se tiver dúvida sobre a história da criança, não insista, peça que conte a história horas mais tarde e compare as versões ou faça perguntas amplas como: "O que aconteceu na escola?" em vez de "Te bateram na escola?".
A criança deve sentir que ao contar a verdade terá a admiração dos pais, professores e amigos e que a mentira "tem perna curta" e logo será descoberta e desaprovada pelos mesmos.
Broncas severas ou castigos podem levar a criança mentir mais vezes para não receber novamente esse tipo de punição. Mostrar os benefícios da verdade e os prejuízos que mentira traz para a própria criança e para as outras pessoas é o melhor caminho.
Quando o comportamento mentiroso é muito freqüente ou se estende muito além dos sete anos, uma ajuda profissional deverá ser procurada.
Dicas
 
Mentiras freqüentes sobre um mesmo assunto podem expor uma angústia da criança. Será que alguém gosta de ser chamado de Pinóquio?
Interrogatórios insistentes e pressão em gritos não levarão a criança a dizer a verdade. Pode ter efeito contrário.
A fantasia faz parte do desenvolvimento da criança. Estimule a criança de forma saudável e criativa.

Crises de birra



Essa cena, mamãe, você certamente já deve ter presenciado: seu filho esperneia e faz birra em algum lugar público, na maioria das vezes por um motivo aparentemente fútil. Choro, chutes, gritos, xingamentos e atiramento ao chão são as reações mais comuns. Você não sabe onde esconder o rosto.
A grande dúvida dos pais é o que fazer quando a criança começa com uma crise de birra. Só que vamos puxar para uma outra questão: o porquê das crises de birra acontecerem.
Se for a primeira vez que isso ocorre, a criança pequena ainda não sabe lidar com grande parte de seus sentimentos, principalmente no que diz respeito à frustração. Ela não consegue expressar isso através da linguagem e age na forma de birra. Cabe aos pais continuar firmemente em sua opinião e não ceder às vontades da criança.
Mas é num gesto teoricamente de carinho que pode servir de entrada para uma criança “pentelhinha”. O “teatrinho” em lugar público acontece em grande parte em razão do sim dos pais às vontades da criança.
Os pais dão ao filho o controle de toda situação e a criança não é capaz de lidar com todo esse controle. Cada vez que ouvirem um não, as crianças agirão sempre da mesma forma, pois sabem que dessa maneira conseguirão o que querem.
 
De quem é a culpa?
 
Pais, será que não são vocês o culpado por uma atitude malcriada de seu filho? O sentimento de por trabalhar fora e ter pouco tempo com os filhos fazem os pais serem permissivos demais. Essa culpa dos pais pode formar crianças sem limites, autoritárias e chatas, sem saber lidar com as frustrações da vida.
Comodidade ou pais que não tem paciência preferem ceder aos desejos do filho a que ter que arcar com a frustração da criança de levar um não. É muito mais fácil fazer as vontades da criança do que impor limites.
Apesar de resistente às regras, a criança precisa delas para crescer e se sentir segura. Essa regra deve ser imposta de um mesmo modo. O certo e errado ficará confuso quando a mãe disser sim e o pai, não. A criança percebe esse desequilíbrio e sempre recorrerá àquele que vai ceder ao seu desejo. Deve haver um consenso entre os pais, um não deve desautorizar o outro.
 
Sinais de um “cri-cri”
 
Esse comportamento pode aparecer na escola, onde a criança poderá ter problemas de relacionamento com os outros coleguinhas por ser muito mandona ou, ainda, os pais perceberão que na escola o filho é um “santinho”, pois lá existem regras a serem seguidas e em casa são desobedientes e autoritários devido à falta de limites.
Outra questão é querer proteger a criança de qualquer perda, tristeza ou frustração. Assim, quando os pequenos entram em contato com algum desses sentimentos, pois não ficarão para sempre debaixo da proteção dos pais, não sabem suportar a situação e lidam de um modo exagerado.
Nem tudo o que é radical é bom. Pais muito autoritários, por exemplo, acabam gerando filhos tímidos e com pouca criatividade. O bom senso e o meio termo dos pais é o que vai contar.
Quando tem uma crise de birra, a criança mal consegue ouvir o que lhe dizemos e muito menos compreender. Os pais devem ser firmes com o filho e jamais ceder ou bater na criança. Bater gera mais raiva e medo e o que os pais devem querer e saber tirar de uma criança é o respeito. Ninguém disse que seria fácil ser mãe, que o diga uma criança birrenta.
 
Dicas
 
- Pais são pais e não amigos. Podem ser pais amigos, mas nunca devem deixar de ser pais. Sempre existe uma vovó ou um vovô para satisfazer as crianças, seja como for. Ainda bem!
- Brinquedo é diferente de brincadeira. A criança precisa de brincadeira com os pais e não que os pais comprem um brinquedo. É através da brincadeira que os pais impõem limites, dão carinho, atenção e amor.
- Até os três anos de idade a criança entende mais uma  ação do que uma ordem. Quando disser “não mexa” , também retire a mão da criança do lugar inadequado.
Fonte: http://guiadobebe.uol.com.br/crises-de-birra/ - texto de  Bruno Rodrigues

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Depressão Infantil pode aparecer a partir dos 4 anos

O transtorno mental que mais atinge pacientes no mundo se aproxima das crianças, mas pode ser tratado. E, quanto mais cedo, melhor.



Sob a forma de noites mal dormidas, insociabilidade, tristeza, alterações de humor como irritação e choro frequente, sofrimento moral e sentimento de rejeição, uma epidemia silenciosa pode se espalhar entre as crianças de todo o País, independentemente de condição social, econômica e cultural.

Provocada por fatores que vão desde a predisposição genética até a experiência de episódios traumáticos no ambiente familiar, a depressão infantil traz problemas de gente grande para a mente ainda em desenvolvimento das crianças.

Nos próximos 20 anos, a depressão deverá tornar-se a doença mais comum do mundo, atingindo mais pessoas do que o câncer e os problemas cardíacos, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Atualmente, mais de 450 milhões de pessoas são afetadas por transtornos mentais diversos, a maioria delas nos países em desenvolvimento.
Entre os pequenos, o índice de depressão também é preocupante. Nos últimos 10 anos, de acordo com a OMS, o número de diagnósticos em crianças entre 6 e 12 anos passou de 4,5 para 8%, o que representa um problema ascendente. "Setenta por cento dos adultos que apresentam quadro de depressão crônica têm histórico desde o período da infância. Ou seja, se não tratarmos o paciente enquanto criança, podemos contribuir para que ele se transforme em um adulto depressivo", conta Fábio Barbirato Nascimento da Silva, neuropsiquiatra especialista em infância e adolescência da Associação Brasileira de Psiquiatria.
O transtorno pode ser diagnosticado em crianças a partir dos 4 anos. Até os 9 anos, é indicado tratamento apenas à base de terapia. A partir dessa idade, de acordo com o quadro do paciente, pode ser recomendado o uso de medicação em paralelo ao acompanhamento psicológico. "A terapia sozinha fará um trabalho eficiente em longo prazo. No entanto, em crianças mais velhas, o uso de medicamento tem efeito bastante satisfatório quando acompanhado do trabalho psicológico, levando à resolução do problema em apenas dois meses em 95% do casos", completa.
As causas para a depressão infanto-juvenil podem ser as mais diversas. Há fatores biológicos, como vulnerabilidade genética, complicações durante a gestação ou parto, além de temperamento; fatores ambientais, como o funcionamento familiar, a interação entre mãe e criança ou eventos adversos de vida, e fatores sociais, como a pobreza, o suporte social ou o acesso a serviços de saúde.

A convivência com uma psicopatologia dos pais e a experiência de episódios traumáticos nesta idade, como separação, luto ou mudanças radicais de ambiente, também podem ser fatores decisivos para o desencadeamento de transtornos mentais em crianças e adolescentes.
 
Fatores de berço


De acordo com Ana Vilela Mendes, psicóloga e pesquisadora do Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP, de 40 a 45% das crianças que convivem com a depressão materna apresentam indicadores diagnósticos de pelo menos um transtorno psiquiátrico.

Esta taxa é de três a quatro vezes maior do que a apresentada por crianças cujas mães não têm história psiquiátrica. "As manifestações próprias do quadro depressivo materno, como irritabilidade, desânimo e apatia, podem influenciar na qualidade do vínculo que a mãe estabelece com a criança, comprometendo a interação e o funcionamento emocional e social da criança", afirma ela.
O nível de exposição da criança à mãe com diagnóstico de depressão também pode ser definitivo para o desenvolvimento de seu quadro. Em estudo recente, Ana Vilela comparou crianças em idade escolar que conviveram com a depressão materna por toda a vida a crianças que conviveram com a depressão materna por um período menor de tempo. Ela constatou que as crianças com mais tempo de exposição à depressão materna apresentaram uma probabilidade 1,6 vezes maior de terem problemas psiquiátricos.
"Estes resultados reafirmam a importância de se considerar o tempo de exposição da criança à depressão materna e sua influência nos diferentes períodos do desenvolvimento", constata. Daí a importância da psiquiatria e da psicologia em favorecer o diagnóstico ainda no começo de sua manifestação.
Diagnóstico delicado

Por tratar-se de um transtorno mental impassível de comprovação laboratorial, o diagnóstico da depressão é baseado nos critérios estipulados pelo Manual de Estatística e Diagnóstico de Transtornos Mentais (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders), que exige a existência de pelo menos cinco dos sintomas determinados pelo documento, com durabilidade de duas semanas, para comprovação do quadro. Entretanto, em crianças em plena fase de desenvolvimento da personalidade, a aplicação do diagnóstico pode ser mais complexa e delicada.
"Não é um diagnóstico simples de se obter, pois os sintomas podem ser confundidos com timidez, mau humor, dificuldade de aprendizagem, tristeza ou agressividade, que de certa forma podem ser normais na faixa etária em questão. O que diferencia a depressão das tristezas do dia a dia é a intensidade, a persistência e as mudanças em hábitos normais das atividades da criança", afirma Ana Vilela.
Um estudo realizado pela antropóloga Eunice Nakamura, pelo Departamento de Enfermagem em Saúde Coletiva da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (USP), revelou que não é apenas a complexidade da mente em desenvolvimento que pode ampliar a noção dos sintomas que causam a depressão. O estudo, que entrevistou famílias de regiões periféricas da cidade de São Paulo, constatou que diversos aspectos apontados como possíveis sintomas pelos pais e pelas próprias crianças diagnosticadas ultrapassam os critérios determinados pelo Manual de Estatística e Diagnóstico de Transtornos Mentais.
"Do ponto de vista das famílias, o significado de depressão envolve tanto os aspectos da vida social quanto os sintomas indicados pelo discurso médico. A intolerância dos adultos em relação às crianças, que diante de condições de vida deliciadas ficam mais sensíveis e chorosas, e a ideia de insatisfação em geral, por exemplo, apareceram como indicação de sintomas de depressão", conta professora Eunice Nakamura, atualmente no núcleo de pesquisa antropológica da Unifesp Santos.

"Já que a ideia de depressão infantil, para estas famílias, envolve uma série de fatores externos, o grande desafio dos especialistas é pensar em tratamentos adequados ao que se avalia diante de cada ponto de vista da doença, uma vez que aspectos externos podem ser confundidos com sintomas", completa.
 
Transformação dos sintomas
Alteração de humor, irritabilidade, dificuldade para dormir ou muito sono durante o dia, além de pessimismo e autodepreciação, são comuns ao quadro de depressão encontrado tanto no adulto quanto no jovem. Mas em um momento em que a personalidade da criança está em pleno desenvolvimento, diagnosticar um transtorno mental é ainda mais difícil.
Segundo Fábio Barbirato, crianças em idade pré-escolar (até 5 anos) tendem a desenvolver sintomas como melancolia, enurese (xixi na cama), encoprese (eliminação de fezes involuntária) e crises de choro. Também podem ocorrer regressão no desenvolvimento psicomotor, insônia e pesadelos.

Em crianças na idade escolar (de 6 a 12 anos), os sintomas estão mais relacionados a aspectos de sociabilidade, como dificuldade acadêmica, problemas de relacionamento com a família e os colegas, irritabilidade e agressão crescentes, tédio, ganho ou perda de peso excessivo, cefaleia e dores de estômago.
Já entre os adolescentes, o transtorno passa não apenas a intensificar os sintomas encontrados na infância, como desencadeia uma série de comportamentos até mesmo fatais. "Esta fase do transtorno provoca nos jovens comportamentos anedóticos (incapacidade de sentir prazer), com quadros de tristeza intensa, condutas antissociais, ataques de pânico, queda no rendimento escolar, hipersonia (sonolência em excesso), e em casos mais extremos, promiscuidade sexual, abuso de drogas e até mesmo suicídio", afirma o médico.

Sintomas principais

O Manual de Estatística e Diagnóstico de Transtornos Mentais determina a necessidade de identificar pelo menos cinco destes sintomas, com durabilidade de duas semanas, para comprovação do quadro. Fique atenta a esses sinais para saber quando levar seu filho para uma avaliação profissional.
 
1. Alteração de humor, com irritabilidade e ou choro fácil
2. Ansiedade
3. Desinteresse em atividades sociais, como ir a escola, brincar com os amigos ou com brinquedos
4. Falta de atenção e queda no rendimento escolar
5. Distúrbios de sono, como dificuldade pra dormir ou ter sono o dia inteiro
6. Perda de energia física e mental
7. Reclamações por cansaço ou ficar sem energia
8. Sofrimento moral ou insatisfação consigo mesmo, sentimento de que nada do que faz está certo
9. Dores na barriga, na cabeça ou nas pernas
10. Sentimento de rejeição
11. Condutas antissociais e destrutivas
12. Distúrbios de peso, emagrecer ou engordar demais
13. Enurese e encoprese (xixi na cama e eliminação involuntária das fezes)

Fonte: texto de  Ana Carolina Addario
http://supernanny.com.br/criancas/depressao-infantil-pode-aparecer-a-partir-dos-4-anos/