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quinta-feira, 25 de julho de 2013

O que é psicose infantil?



Para Ajuriaguerra e Marcelli (1986) a psicose infantil é um transtorno de personalidade dependente do transtorno da organização do eu e da relação da criança com o meio ambiente. As características do psicótico infantil listadas são:
- dificuldade para se afastar da mãe;
- problemas para compreender o que vê;
- alterações significativas na forma ou conteúdo do discurso, repetindo de imediato palavras e/ou frases ouvidas (fala ecolálica), ou empregando-se de forma idiossincrática estereotipias verbais ou frases ouvidas anteriormente, sendo comum a inversão pronominal, referindo-se a ela mesma usando a terceira pessoa do singular ou o seu nome próprio;
- alterações significantes na produção da fala com relação ao volume, ritmo e modulação; habilidades especiais; conduta socialmente embaraçosa; e negação da transformação da alimentação líquida para sólida ou bulimia não diferenciada incorporando qualquer objeto pela boca.
Na concepção de Winnicott,  o desenvolvimento afetivo-emocional da criança constitui-se da subjetividade do sujeito a partir de uma relação saudável entre mãe e bebê, o qual apresenta uma relação visceral com a mãe em seu primeiro ano de vida, considerando-a, junto com o ambiente, uma extensão do seu próprio corpo, pois neste período não há ainda a divisão do “não-eu” e do “eu” do bebê. Portanto, epara a formação saudável da psique do bebê é necessário que ambos, mãe e ambiente, sejam suficientemnte bons, caso isto não ocorra ou não sejam corrigidas as falhas de não suprimir as necessidades do bebê estabelece-se na relação mãe-bebê uma espécie de carência/deficiência, que acarreta para o bebê uma grande ansiedade e, por isto, um comprometimento na constituição da sua subjetividade. Assim, a ocorrência de distorções no relacionamento mãe-bebê seria a origem dos quadros de psicose.
O brincar com dificuldade da criança psicótica, que vai desde a inibição total ou parcial até a desorganização da conduta, é indicativo de perturbações sérias, já que isso exige a possibilidade de simbolizar e no psicótico o significante é a mesma coisa que o significado (equação simbólica), assim a possibilidade de expressão de conflitos depende da quantidade, qualidade e inter-relação das partes mais preservadas da personalidade ou que conseguiram uma organização não psicótica.
 Assim, uma estrutura psicótica de personalidade na criança é evidenciada por:
- carência de adequação à realidade, em consequência do predomínio do processo primário, que ocasiona a distorção na percepção do mundo externo e, no psicodiagnóstico, na relação ou no vínculo com o Psicólogo;
- predomínio de equações simbólicas, nas quais as fantasias atuam diretamente, com personagens extremamente cruéis, terroríficos e onipotentes, o que corresponde a um Superego primitivo de características terroríficas e sádicas, que para Melanie Klein é um dos fatores básicos do transtorno psicótico;
- perseverança ou estereotipia na conduta verbal e pré-verbal, produzindo brincadeiras estereotipadas e rígidas;
- escolha de brinquedos e brincadeiras intencionalmente;
- movimentos e atitudes bizarras e bruscas;
-  produção sem criatividade;
- tolerância mínima à frustração, em consequência do predomínio do princípio de prazer;
-  e dificuldades de aprendizagem.
 
Fonte: http://www.psiqweb.med.br/site/

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