Muito se tem falado em reeducação alimentar, um processo lento que ocorre geralmente na fase adulta. Mas, se as pessoas tivessem recebido uma educação alimentar correta, não seria preciso reeducá-las mais tarde, não é mesmo? Pensando no futuro da saúde de seu filho, o ideal mesmo é educá-lo com relação aos hábitos alimentares desde o começo da vida; assim, quando ele chegar à fase adulta, não precisará reeducar sua alimentação.Os pais são os grandes responsáveis na etapa que envolve o “o que” e o “como” comer. Conforme estudos científicos, os hábitos alimentares das crianças são influenciados por um fator genético determinante, que atua tanto em suas preferências alimentares como na quantidade ingerida. No entanto, a escolha dos alimentos é uma questão cultural e que se aprende no decorrer da vida. Toda criança passa por uma fase chamada de neofobia, ou seja, o medo do novo, de experimentar alimentos novos. Mesmo assim, recusar um novo alimento é comum, e essa recusa só deve ser considerada depois de se ofertar esse alimento a ela de oito a dez vezes e em episódios diferentes. É muito comum a criança afirmar que não gosta de determinado alimento mesmo sem nunca tê-lo provado, baseada apenas na aparência e/ou cheiro dele, de modo que, muitas vezes, quando se muda sua apresentação, a aceitação passa a ser melhor. Por exemplo: quando se oferece à criança chuchu em forma de salada, ela pode recusar, mas quando ele é servido com molho branco e gratinado, pode ser mais bem aceito.
As experiências com os alimentos, sejam positivas ou negativas, também vão influenciar a relação que a criança terá com a alimentação mais tarde. A fase que vai dos seis meses aos quatro anos é crucial para a formação de bons (ou maus) hábitos alimentares. E muitos desses hábitos se adquirem por imitação dos costumes dos pais. Também por isso é importante que toda a família tenha uma alimentação saudável e equilibrada.Todas as experiências relacionadas com o ato de comer, desde a amamentação, proporcionam uma aprendizagem para a sensação de diferentes sabores (doce, salgado, amargo e azedo) e relações com o alimento: a identificação do que é fome, da vontade de comer, da saciedade e da descoberta dos diferentes sabores e texturas e a importância da socialização da refeição (comer com a família, por exemplo). Todos esses fatores vão determinar a aceitação e/ou rejeição de determinados alimentos. Por exemplo: as crianças podem relacionar comer verduras com brigas durante a refeição — isso por causa da rejeição (natural) da criança a esse tipo de alimento — e rejeitá-las para sempre. Acontece o mesmo com outras sensações, como o doce, que pode trazer à criança boas lembranças, fazendo-a recordar festas e comemorações. Com isso, ela passa a sentir prazer ao saborear doces.
As crianças desenvolvem a sensação dos sabores em fases diferentes dos primeiros seis meses de vida. Elas preferem naturalmente os alimentos mais ricos em carboidratos, gordura, sal e açúcar, assim como geralmente rejeitam verduras, legumes e frutas. Por exemplo: é mais fácil que aceitem comer um purê de batatas que uma salada de vagem ou de alface, mas nunca se deve deixar de insistir para que elas consumam esses alimentos.
O conhecimento dos pais a respeito desses fatores é de suma importância para não haver equívocos no momento da oferta dos alimentos e na aceitação e/ou rejeição por parte dos filhos. Conhecer essas fases é interessante para ajudar positivamente na formação de bons hábitos alimentares nas crianças, evitando assim o aparecimento de doenças decorrentes da alimentação, como a obesidade, a magreza excessiva e as carências nutricionais.
Fonte: Gisele P. Raymundo
esta muito giro o blog :)
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