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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

A formação dos hábitos alimentares nas crianças



Muito se tem falado em reeducação alimentar, um processo lento que ocorre geralmente na fase adulta. Mas, se as pessoas tivessem recebido uma educação alimentar correta, não seria preciso reeducá-las mais tarde, não é mesmo? Pensando no futuro da saúde de seu filho, o ideal mesmo é educá-lo com relação aos hábitos alimentares desde o começo da vida; assim, quando ele chegar à fase adulta, não precisará reeducar sua alimentação.Os pais são os grandes responsáveis na etapa que envolve o “o que” e o “como” comer. Conforme estudos científicos, os hábitos alimentares das crianças são influenciados por um fator genético determinante, que atua tanto em suas preferências alimentares como na quantidade ingerida. No entanto, a escolha dos alimentos é uma questão cultural e que se aprende no decorrer da vida. Toda criança passa por uma fase chamada de neofobia, ou seja, o medo do novo, de experimentar alimentos novos. Mesmo assim, recusar um novo alimento é comum, e essa recusa só deve ser considerada depois de se ofertar esse alimento a ela de oito a dez vezes e em episódios diferentes. É muito comum a criança afirmar que não gosta de determinado alimento mesmo sem nunca tê-lo provado, baseada apenas na aparência e/ou cheiro dele, de modo que, muitas vezes, quando se muda sua apresentação, a aceitação passa a ser melhor. Por exemplo: quando se oferece à criança chuchu em forma de salada, ela pode recusar, mas quando ele é servido com molho branco e gratinado, pode ser mais bem aceito.
As experiências com os alimentos, sejam positivas ou negativas, também vão influenciar a relação que a criança terá com a alimentação mais tarde. A fase que vai dos seis meses aos quatro anos é crucial para a formação de bons (ou maus) hábitos alimentares. E muitos desses hábitos se adquirem por imitação dos costumes dos pais. Também por isso é importante que toda a família tenha uma alimentação saudável e equilibrada.Todas as experiências relacionadas com o ato de comer, desde a amamentação, proporcionam uma aprendizagem para a sensação de diferentes sabores (doce, salgado, amargo e azedo) e relações com o alimento: a identificação do que é fome, da vontade de comer, da saciedade e da descoberta dos diferentes sabores e texturas e a importância da socialização da refeição (comer com a família, por exemplo). Todos esses fatores vão determinar a aceitação e/ou rejeição de determinados alimentos. Por exemplo: as crianças podem relacionar comer verduras com brigas durante a refeição — isso por causa da rejeição (natural) da criança a esse tipo de alimento — e rejeitá-las para sempre. Acontece o mesmo com outras sensações, como o doce, que pode trazer à criança boas lembranças, fazendo-a recordar festas e comemorações. Com isso, ela passa a sentir prazer ao saborear doces.
As crianças desenvolvem a sensação dos sabores em fases diferentes dos primeiros seis meses de vida. Elas preferem naturalmente os alimentos mais ricos em carboidratos, gordura, sal e açúcar, assim como geralmente rejeitam verduras, legumes e frutas. Por exemplo: é mais fácil que aceitem comer um purê de batatas que uma salada de vagem ou de alface, mas nunca se deve deixar de insistir para que elas consumam esses alimentos.
O conhecimento dos pais a respeito desses fatores é de suma importância para não haver equívocos no momento da oferta dos alimentos e na aceitação e/ou rejeição por parte dos filhos. Conhecer essas fases é interessante para ajudar positivamente na formação de bons hábitos alimentares nas crianças, evitando assim o aparecimento de doenças decorrentes da alimentação, como a obesidade, a magreza excessiva e as carências nutricionais.

Fonte: Gisele P. Raymundo

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