Quantas vezes você já passou por aqui?

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Ausência dos pais compromete saúde mental dos filhos

Dificuldade de expressar sentimentos é um dos problemas enfrentados pelos pimpolhos.
 
 
 
Não basta ser pai, tem que participar. O termo é bastante conhecido, e as dificuldades para fazê-lo se tornar realidade também. A rotina diária ou a forma como a estrutura familiar está organizada exige que os pais encarem como desafio o que deveria ser uma obrigação: tornar-se presente na vida dos filhos. A ausência se transforma em culpa, para os pais que não conseguem dar atenção à prole, e em traumas para os filhos, que se sentem sozinhos e até rejeitados pelos pais.
A psicóloga Patrícia Spada, da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, explica que a ausência dos pais pode interferir de maneira diferente no desenvolvimento da crianças e do adolescente. Para ela, a ausência traz danos em quaisquer circunstâncias, mas a idade e o motivo da ausência são elementos chave nesta questão, “Criança ou adulto, filhos precisam das referências dos pais, sem elas tendem a enxergar os relacionamentos humanos com certo despreparo e como algo negativo”, explica ela.
 
 
De 0 a 3 anos de idade
 
 
Nesta fase, a formação da personalidade da criança ainda não está definida e a referência dos pais é fundamental para que isso aconteça sem prejuízos emocionais e psicológicos. “Se os pais faltam nesta fase, a criança se sente desprotegida e não tem parâmetros para diferenciar o que é certo do que é errado. Doenças cognitivas, obesidade, desnutrição e problemas afetivos são alguns dos traumas carregados pela ausência dos pais”, conta Patrícia. “A presença dos pais é primordial neste período, pois, os traumas sofridos nela se estendem pela vida adulta e vão desde dificuldades de aprendizagem até a falta de apetite ou a comilança excessiva”, continua ela.
 
 
Na adolescência
 
 
Já na adolescência, os efeitos são mais de ordem comportamental e podem se refletir tanto na vida amorosa e familiar como no convívio em sociedade. “O adolescente tende a buscar referências fora de casa, quando não as encontra nos pais. Portanto, a chance de manifestar um comportamento agressivo e buscar as referências ausentes em estranhos são grandes”, explica Patrícia.
 
 
Excesso de trabalho

 
Nestes casos, os filhos se sentem trocados e traídos pelos pais, é como se não fossem importantes. A psicóloga explica que sinais como tiques nervosos, tristeza e apatia ou agressividade são bastante comuns quando o motivo da ausência é esse, e que os pais devem prestar atenção no comportamento dos filhos para não achar que esses sintomas são frescura ou decorrentes de outros motivos.

Desestrutura familiar

 
A psicóloga explica que, quando a ausência se dá pela separação dos pais, é possível evitar traumas estabelecendo regras e mantendo uma rotina parecida com a que os filhos levavam antes do divórcio, porém, segundo Patrícia, quando a ausência se dá pelo fato do filho não conhecer o pai ou a mãe, os traumas são bem maiores. “Não sabemos oferecer aos outros aquilo que não recebemos. Quando não conhecemos nossas origens, não desenvolvemos o sentimento de pertencimento que faz com que nos sintamos filhos de alguém, não temos laços afetivos importantes com as outras pessoas”, explica Patrícia.
 

Falecimento dos pais

A ausência neste caso pode ser a mais dolorosa. Pai e mãe são sempre insubstituíveis na vida dos filhos, e tentar suprir o carinho que vai faltar é uma situação delicada. Patrícia explica que a melhor maneira de os familiares lidar com isso é dar amor sem tentar uma substituição de valores. “Avós são avós e pais são pais, não dá para querer mudar essa realidade, o que se pode e deve fazer é tentar reforçar ainda mais os laços naturais que unem esta família”, explica ela.
 
 
Dicas para amenizar os traumas causados pela ausência dos pais:
* Melhore a qualidade do tempo que passa com seus filhos. Se tiver duas horas por dia para ficar com eles, dedique-se apenas a isso neste período;
 
* Tente se fazer presente emocionalmente, quando a presença física é impossível: Telefonar, deixar bilhetes e fazer surpresas pode ser uma boa saída;
 
* Justifique a ausência com uma conversa franca, quando os filhos são mais velhos;
 
* Quando pequenos, não delegue funções de pai e mãe a estranhos; tente mostrar que você faz parte da vida da criança, mesmo sem tanto tempo para isso.
 
 
Fonte: texto de  Natália do Vale

Arrumando o armário do bebê


 
Ao montar o quarto do seu bebê, dê uma atenção especial ao guarda-roupa.
Ele precisa ser projetado para que você tenha rapidamente tudo à mão.
O armário infantil deve ter espaço para pendurar roupas, gavetas e prateleiras como o dos adultos, só que em proporções menores, adaptado ao tamanho das roupas dos bebês.
Mas um bom projeto para o móvel não basta. É preciso organização para que ele fique funcional.
Antes do bebê nascer, arrume o armário separando as roupas por tamanho e tipo. Por exemplo, deixe as peças RN à vista e guarde as roupinhas maiores, que ele vai usar dentro de alguns meses, nas prateleiras mais altas ou no fundo das gavetas.
Deixe as roupinhas do dia a dia, macacões, camisinhas pagão e casaquinhos nas gavetas e prateleiras  de mais fácil acesso. Dessa forma, você não vai precisar se agachar ou se esticar toda para alcançar a roupa no alto no armário enquanto estiver trocando o bebê.
Use caixas sem tampas dentro do armário para guardar fraldas, babadores e paninhos que precisam estar sempre à mão.
As roupas mais delicadas, com rendas, babados, fitinhas e as engomadas, podem ser guardadas no armário dentro de sacos de tule ou outro material furado. Assim, elas ficam protegidas da poeira e ao mesmo tempo arejadas e livres de bolor e manchas.
Conforme o bebê for crescendo, dispense as roupas que não cabem mais. Elas precisam dar lugar para as novas que vão chegar. Nos primeiros meses de vida, a rotatividade de roupas é grande e você precisará fazer arrumações com freqüência para manter o espaço organizado.
Lembre-se que todas as roupas do bebê devem ser guardadas em um local limpo e arejado.
 
Fonte Guia do Bebê

Depressão Infantil pode aparecer a partir dos 4 anos

O transtorno mental que mais atinge pacientes no mundo se aproxima das crianças, mas pode ser tratado. E, quanto mais cedo, melhor.



Sob a forma de noites mal dormidas, insociabilidade, tristeza, alterações de humor como irritação e choro frequente, sofrimento moral e sentimento de rejeição, uma epidemia silenciosa pode se espalhar entre as crianças de todo o País, independentemente de condição social, econômica e cultural.

Provocada por fatores que vão desde a predisposição genética até a experiência de episódios traumáticos no ambiente familiar, a depressão infantil traz problemas de gente grande para a mente ainda em desenvolvimento das crianças.

Nos próximos 20 anos, a depressão deverá tornar-se a doença mais comum do mundo, atingindo mais pessoas do que o câncer e os problemas cardíacos, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Atualmente, mais de 450 milhões de pessoas são afetadas por transtornos mentais diversos, a maioria delas nos países em desenvolvimento.
Entre os pequenos, o índice de depressão também é preocupante. Nos últimos 10 anos, de acordo com a OMS, o número de diagnósticos em crianças entre 6 e 12 anos passou de 4,5 para 8%, o que representa um problema ascendente. "Setenta por cento dos adultos que apresentam quadro de depressão crônica têm histórico desde o período da infância. Ou seja, se não tratarmos o paciente enquanto criança, podemos contribuir para que ele se transforme em um adulto depressivo", conta Fábio Barbirato Nascimento da Silva, neuropsiquiatra especialista em infância e adolescência da Associação Brasileira de Psiquiatria.
O transtorno pode ser diagnosticado em crianças a partir dos 4 anos. Até os 9 anos, é indicado tratamento apenas à base de terapia. A partir dessa idade, de acordo com o quadro do paciente, pode ser recomendado o uso de medicação em paralelo ao acompanhamento psicológico. "A terapia sozinha fará um trabalho eficiente em longo prazo. No entanto, em crianças mais velhas, o uso de medicamento tem efeito bastante satisfatório quando acompanhado do trabalho psicológico, levando à resolução do problema em apenas dois meses em 95% do casos", completa.
As causas para a depressão infanto-juvenil podem ser as mais diversas. Há fatores biológicos, como vulnerabilidade genética, complicações durante a gestação ou parto, além de temperamento; fatores ambientais, como o funcionamento familiar, a interação entre mãe e criança ou eventos adversos de vida, e fatores sociais, como a pobreza, o suporte social ou o acesso a serviços de saúde.

A convivência com uma psicopatologia dos pais e a experiência de episódios traumáticos nesta idade, como separação, luto ou mudanças radicais de ambiente, também podem ser fatores decisivos para o desencadeamento de transtornos mentais em crianças e adolescentes.
 
Fatores de berço


De acordo com Ana Vilela Mendes, psicóloga e pesquisadora do Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP, de 40 a 45% das crianças que convivem com a depressão materna apresentam indicadores diagnósticos de pelo menos um transtorno psiquiátrico.

Esta taxa é de três a quatro vezes maior do que a apresentada por crianças cujas mães não têm história psiquiátrica. "As manifestações próprias do quadro depressivo materno, como irritabilidade, desânimo e apatia, podem influenciar na qualidade do vínculo que a mãe estabelece com a criança, comprometendo a interação e o funcionamento emocional e social da criança", afirma ela.
O nível de exposição da criança à mãe com diagnóstico de depressão também pode ser definitivo para o desenvolvimento de seu quadro. Em estudo recente, Ana Vilela comparou crianças em idade escolar que conviveram com a depressão materna por toda a vida a crianças que conviveram com a depressão materna por um período menor de tempo. Ela constatou que as crianças com mais tempo de exposição à depressão materna apresentaram uma probabilidade 1,6 vezes maior de terem problemas psiquiátricos.
"Estes resultados reafirmam a importância de se considerar o tempo de exposição da criança à depressão materna e sua influência nos diferentes períodos do desenvolvimento", constata. Daí a importância da psiquiatria e da psicologia em favorecer o diagnóstico ainda no começo de sua manifestação.
Diagnóstico delicado

Por tratar-se de um transtorno mental impassível de comprovação laboratorial, o diagnóstico da depressão é baseado nos critérios estipulados pelo Manual de Estatística e Diagnóstico de Transtornos Mentais (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders), que exige a existência de pelo menos cinco dos sintomas determinados pelo documento, com durabilidade de duas semanas, para comprovação do quadro. Entretanto, em crianças em plena fase de desenvolvimento da personalidade, a aplicação do diagnóstico pode ser mais complexa e delicada.
"Não é um diagnóstico simples de se obter, pois os sintomas podem ser confundidos com timidez, mau humor, dificuldade de aprendizagem, tristeza ou agressividade, que de certa forma podem ser normais na faixa etária em questão. O que diferencia a depressão das tristezas do dia a dia é a intensidade, a persistência e as mudanças em hábitos normais das atividades da criança", afirma Ana Vilela.
Um estudo realizado pela antropóloga Eunice Nakamura, pelo Departamento de Enfermagem em Saúde Coletiva da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (USP), revelou que não é apenas a complexidade da mente em desenvolvimento que pode ampliar a noção dos sintomas que causam a depressão. O estudo, que entrevistou famílias de regiões periféricas da cidade de São Paulo, constatou que diversos aspectos apontados como possíveis sintomas pelos pais e pelas próprias crianças diagnosticadas ultrapassam os critérios determinados pelo Manual de Estatística e Diagnóstico de Transtornos Mentais.
"Do ponto de vista das famílias, o significado de depressão envolve tanto os aspectos da vida social quanto os sintomas indicados pelo discurso médico. A intolerância dos adultos em relação às crianças, que diante de condições de vida deliciadas ficam mais sensíveis e chorosas, e a ideia de insatisfação em geral, por exemplo, apareceram como indicação de sintomas de depressão", conta professora Eunice Nakamura, atualmente no núcleo de pesquisa antropológica da Unifesp Santos.

"Já que a ideia de depressão infantil, para estas famílias, envolve uma série de fatores externos, o grande desafio dos especialistas é pensar em tratamentos adequados ao que se avalia diante de cada ponto de vista da doença, uma vez que aspectos externos podem ser confundidos com sintomas", completa.
 
Transformação dos sintomas
Alteração de humor, irritabilidade, dificuldade para dormir ou muito sono durante o dia, além de pessimismo e autodepreciação, são comuns ao quadro de depressão encontrado tanto no adulto quanto no jovem. Mas em um momento em que a personalidade da criança está em pleno desenvolvimento, diagnosticar um transtorno mental é ainda mais difícil.
Segundo Fábio Barbirato, crianças em idade pré-escolar (até 5 anos) tendem a desenvolver sintomas como melancolia, enurese (xixi na cama), encoprese (eliminação de fezes involuntária) e crises de choro. Também podem ocorrer regressão no desenvolvimento psicomotor, insônia e pesadelos.

Em crianças na idade escolar (de 6 a 12 anos), os sintomas estão mais relacionados a aspectos de sociabilidade, como dificuldade acadêmica, problemas de relacionamento com a família e os colegas, irritabilidade e agressão crescentes, tédio, ganho ou perda de peso excessivo, cefaleia e dores de estômago.
Já entre os adolescentes, o transtorno passa não apenas a intensificar os sintomas encontrados na infância, como desencadeia uma série de comportamentos até mesmo fatais. "Esta fase do transtorno provoca nos jovens comportamentos anedóticos (incapacidade de sentir prazer), com quadros de tristeza intensa, condutas antissociais, ataques de pânico, queda no rendimento escolar, hipersonia (sonolência em excesso), e em casos mais extremos, promiscuidade sexual, abuso de drogas e até mesmo suicídio", afirma o médico.

Sintomas principais

O Manual de Estatística e Diagnóstico de Transtornos Mentais determina a necessidade de identificar pelo menos cinco destes sintomas, com durabilidade de duas semanas, para comprovação do quadro. Fique atenta a esses sinais para saber quando levar seu filho para uma avaliação profissional.
 
1. Alteração de humor, com irritabilidade e ou choro fácil
2. Ansiedade
3. Desinteresse em atividades sociais, como ir a escola, brincar com os amigos ou com brinquedos
4. Falta de atenção e queda no rendimento escolar
5. Distúrbios de sono, como dificuldade pra dormir ou ter sono o dia inteiro
6. Perda de energia física e mental
7. Reclamações por cansaço ou ficar sem energia
8. Sofrimento moral ou insatisfação consigo mesmo, sentimento de que nada do que faz está certo
9. Dores na barriga, na cabeça ou nas pernas
10. Sentimento de rejeição
11. Condutas antissociais e destrutivas
12. Distúrbios de peso, emagrecer ou engordar demais
13. Enurese e encoprese (xixi na cama e eliminação involuntária das fezes)

Fonte: texto de  Ana Carolina Addario
http://supernanny.com.br/criancas/depressao-infantil-pode-aparecer-a-partir-dos-4-anos/

Depressão Infantil

 
A criança tem grande dificuldade para expressar que está deprimida. Primeiro, porque não sabe nomear as próprias emoções. Depende do adulto para dar o significado daquilo que se chama tristeza, ansiedade, angústia. Por isso, tende a somatizar o sofrimento e queixa-se de problemas físicos, porque é mais fácil explicar males concretos, orgânicos, do que um de caráter emocional.
Alguns aspectos do comportamento infantil podem revelar que a depressão está instalada. Por natureza, a criança está sempre em atividade, explorando o ambiente, querendo descobrir coisas novas. Quando se sente insegura, retrai-se e o desejo de exploração do ambiente desaparece. Por isso, é preciso estar atento quando ela começa a ficar quieta, parada, com muito medo de separar-se das pessoas que lhe servem de referência, como o pai, a mãe ou o cuidador. Outro ponto importante a ser observado é a qualidade de sono que muda muito nos quadros depressivos.
O que se tem percebido nos últimos anos é que a depressão, na infância, caracteriza-se pela associação de vários sintomas que vão além da ansiedade de separação manifesta quando a criança começa a frequentar a escola, por exemplo, e incluem até de medo de comer e a escolha dos alimentos passa a ser seletiva.
Portanto, a criança pode estar dando sinais de depressão quando a ansiedade de separação persiste e ela reclama o tempo todo de dores de cabeça ou de barriga, nunca demonstrando que está bem.
Fonte: texto de  Sandra Scivolletto

Crianças - Como disciplinar

 
A palavra disciplina quer dizer ensino, segundo o dicionário da língua portuguesa. Ou seja, quando não há ensino sistematizado de regras ou de conduta de comportamento, ocorre a indisciplina. Quando os pais não sabem ou não conseguem dizer “não” ou “sim” na hora certa, quando acontece falta de limites, de procedimentos que gerem obediência, a indisciplina se instala. É interessante perceber que crianças em idades diferentes apresentam diferentes comportamentos e manifestações de indisciplina. As ações e reações indisciplinadas de uma criança pequena não podem ser iguais as de um pré-adolescente ou de um adolescente. E, infelizmente, quando não acontece a correção dessas manifestações na hora certa, essas pessoas em fase de crescimento terão problemas no futuro. Ou seja, quando crianças são violentas ou agressivas e não são disciplinadas, com certeza se tornarão adultos agressivos e violentos.
Eu sempre oriento que cada atitude de desobediência deve ser corrigida na hora em que acontece. O importante é ter regras de comportamento na família, explicar cada uma delas e exigir o seu cumprimento. A criança precisa entender que o não cumprimento de uma regra tem uma conseqüência negativa. Isso quer dizer que ela vai ter que assumir a conseqüência dessa desobediência (cantinho da disciplina, por exemplo). Por outro lado, o cumprimento de uma regra terá uma conseqüência positiva, que pode acontecer em forma de elogio, de demonstração de contentamento (método do incentivo, por exemplo). Mas as regras precisam ser claras e objetivas, de modo que a criança entenda e concorde com cada uma delas. E que o pai tenha convicção, consistência e firmeza no que está fazendo.
Também vale ressaltar que existem pais que não sabem identificar o choro ou uma atitude diferente dos filhos. Eles precisam aprender a detectar quando o filho está com sono, ou incomodado porque está sujo, ou se está com fome, ou sede. Não se pode simplesmente pensar que certas atitudes são de desobediência. Isso pode confundir a criança. Esse problema é mais comum com o primeiro filho, já que tudo é novidade e ninguém nasce sabendo ser pai. Diante dessa situação, os pais devem suprir todas as necessidades básicas da criança (fome, fralda, sede, sono, frio, calor). Se tudo isso estiver em ordem, aí sim um choro ou grito ou qualquer outra atitude pode significar manha, birra e indisciplina. Mas, aos poucos, os pais vão aprendendo a identificar as diferentes manifestações dos próprios filhos. E se acontecer alguma suspeita de que certas atitudes de indisciplina podem ser geradas por algum transtorno extra, o melhor é consultar o pediatra a fim de saber como agir.
Se a indisciplina é identificada, é preciso fazer algo. O método que recomendo para disciplinar é aquele que mostro no programa da SuperNanny: estabeleça uma rotina e regras que você quer para sua casa e sua família. Comunique isso, explique aos filhos e exija o cumprimento delas. Ao desobedecer uma regra, dê uma advertência ao seu filho; se desobedecer novamente, leve-o até o cantinho da disciplina (banquinho, tapetinho, cadeirinha) e deixe-o ali durante uma quantidade de minutos que sejam proporcionais à idade que possui (exemplo: 4 anos, 4 minutos). Ao terminar o tempo, faça com que ele peça desculpas e esqueça do assunto. Não grite, não se descontrole, não ameace, pois você está ensinando.
Alguém pode estar se perguntando: o que a Bíblia orienta nesses casos? É preciso usar, de fato, a vara para corrigir um filho? Eu posso apresentar alguns trechos bíblicos de Provérbios que abordam o assunto, como em 13.24 (“O que não faz uso da vara odeia seu filho, mas o que o ama, desde cedo o castiga”), 23.13 (“Não retires a disciplina da criança; pois se a fustigares com a vara, nem por isso morrerá”) e 23.14 (“Tu a fustigarás com a vara, e livrarás a sua alma do inferno”). Sendo assim, a Bíblia fala sobre educar o filho com a vara para que aprenda, mas essa atitude somente pode ser tomada com entendimento profundo da Palavra de Deus e discernimento sobre a mesma. Creio que o termo original refere-se a vara mesmo, mas é um assunto difícil de ser abordado na coluna de uma revista sem uma explicação profunda do procedimento. Isso seria mais aconselhável de ser ministrado em um encontro para pais cristãos, debaixo de oração, para não se correr o risco de espancar crianças e dizer que Deus é quem ordena assim.
Eu sou contra bater nos filhos porque, ao bater, não estamos ensinando, e sim descarregando uma série de sentimentos que levamos dentro de nós, como nervosismo, amargura, frustração, estresse etc. O ato de bater não ensina, somente machuca a criança; e o pai, muitas vezes, vai sentir remorso pelo que fez. O apanhar deixa marcas na criança, dói, machuca. O pior é que ela não consegue se defender, especialmente quando é pequena. Nesses casos, muitas vezes, a criança agride verbalmente ou tem outras manifestações de violência.
Da mesma forma, um castigo aleatório, sem consistência ou explicação, somente machuca, deixa marcas profundas nas crianças. Um outro problema acontece quando os pais castigam sem uma lógica ou aviso, somente porque estão nervosos ou cansados. Um dia castigam por uma atitude do filho, mas no dia seguinte, porque estão de bom humor, deixam falhas passarem, sem castigar. Isso é muito ruim, pois deixa a criança confusa e sem ensino.
O episódio do casal que acorrentou o filho pequeno em casa para ir à igreja, alegando que ele era muito indisciplinado, é um exemplo de exagero e crueldade. É prova da falta de discernimento ou entendimento profundo da Palavra de Deus. Muitas barbaridades como essas e outras piores se fazem no mundo todo em nome de Deus.
Creio que uma disciplina com entendimento, convicção, autoridade legítima, sem autoritarismo, sem nervosismo ou descontrole, dará o resultado esperado. Se ainda assim, a criança não demonstrar disciplina, seria bom consultar um médico para ver se não há algum outro problema que justifique a indisciplina.
Pais cristãos, tementes a Deus, precisam entender que é fundamental haver unidade entre o casal, uma rotina adequada, regras que ajudarão na formação do caráter das crianças e um método de disciplina (ensino) para poder orientar os filhos. Sem o entendimento certo da vara, segundo a Palavra de Deus, o método do cantinho da disciplina (para crianças pequenas de 2 até 7 anos) ou área de reflexão (para crianças maiores de 8 anos em diante) são eficazes.
Lembrem-se: eles ficam ali 1 minuto por ano de idade; tem que haver pedido de desculpa no final do tempo; deve haver um método de incentivo (reconhecimento pelo esforço do cumprimento das regras, que devem ser claras e de acordo com a idade da criança). Deve haver também uma advertência antes da disciplina propriamente dita, para dar a chance de corrigir o comportamento sem necessidade de chegar ao extremo. Não grite, não perca o controle, não fique nervoso. Você está ensinando seu filho.