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quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Timidez não é defeito

TODA CRIANÇA tem o direito de ficar sozinha e quieta.
Toda criança tem o direito de não ser extrovertida, de gostar de brincar com poucos colegas e de não responder a todas as perguntas que os adultos lhe fazem, inclusive -e principalmente- pais e professores.
A criança tem o direito de ser tímida!
Mas, pelo jeito, estamos roubando esse direito dela.
Já faz um tempo que "participar" das aulas na escola, mesmo que seja falando qualquer bobagem, tem sido uma atitude exaltada e incentivada pela maioria dos educadores.
Receber muitos telefonemas, convites para festas, para brincar na casa de colegas da escola ou mesmo para viajar no final de semana tem sido tratado como índice de boa socialização.
Os pais, em geral, se preocupam quando os filhos, mesmo os menores de seis anos, não são "populares" entre seus pares.
Mas o problema é que, agora, estamos exagerando. Não basta considerar a timidez um defeito: queremos transformar essa característica em patologia, tratar.
Isso já é demais.
A mãe de um menino de dez anos me escreveu contando que a escola que seu filho frequenta promoveu uma palestra para os pais com o título "Como tratar as crianças tímidas". Ela foi, ouviu tudo e voltou preocupada.
Agora, essa mãe acredita que precisa levar o filho para um tratamento psicológico porque, segundo aquilo que ouviu na escola, ou pelo menos o que interpretou do que lá foi dito, o futuro do filho não será lá muito promissor caso ele não consiga superar a timidez que hoje apresenta.
No mundo da diversidade, não suportamos as diferenças, é isso?
Queremos que nossos filhos tenham todos os brinquedos que os colegas têm. Queremos que viajem para os mesmos lugares que seus pares contam ter visitado, que usem as roupas e os calçados das mesmas marcas que a maioria dos colegas e que se comportem de modo semelhante ao da maioria.
Acreditamos que crianças padronizadas e uniformes formam um grupo, e que os diferentes são excluídos dele.
Isso é uma grande violência que nós praticamos contra os mais novos.
Afinal, será que desconhecemos que o mundo tem lugar para todo tipo de pessoa?
Será que ninguém conhece adultos bem-sucedidos em sua profissão e que são extremamente tímidos na vida social?
Conheço pessoalmente vários casos assim e, por leitura de biografias, muitos outros. Escritores, cientistas com renome internacional, artistas, professores etc.
E adultos muito extrovertidos, com uma vida social intensa e uma rede de conhecidos enorme, mas que apesar disso são infelizes e não realizados na vida: será que ninguém conhece?
Temos tratado as crianças de uma maneira muito pouco respeitosa. Não suportamos que elas sejam muito ativas, rebeldes, que fiquem tristes, que reclamem, que desobedeçam, que queiram ficar quietas, que não parem, que sejam tímidas.
Ora, queremos formar uma massa de crianças medianas ou medíocres?
Vamos deixar as crianças tímidas em paz. Elas podem mudar na adolescência. Aliás, as muito extrovertidas também podem se transformar em tímidas nessa mesma época da vida.
Timidez não é defeito, tampouco doença. É apenas uma característica e, se a criança tiver oportunidades de ser aceita e reconhecida da maneira como ela é no momento e aprender a não permitir que esse seu traço impeça a sua vida de acontecer, ela crescerá de acordo com seu potencial e conseguirá, sim, encontrar meios de viver de acordo com esse seu jeito de ser.
Se, ao contrário, insistirmos para que ela altere essa sua característica, aí sim, nós poderemos atrapalhar o seu desenvolvimento e prejudicar o seu autoconhecimento, o que é fundamental para qualquer pessoa viver melhor.

Fonte: Rosely Sayão - psicóloga e autora do livro " Como educar meu filho".

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Impor ou sugerir limites?



A criança desobediente aprende a tolerar restrições de maneira mais fácil quando as regras não são ordens, mas sim propostas.
O ambiente escolar é o local para a criança experimentar pela primeira vez como é viver em sociedade, sem ter os pais ou responsáveis como as figuras que atendem e resolvem as vontades e dificuldades. Ana Badih, coordenadora pedagógica, explica a importância do espaço socializador que é a escola e o que ocorre com a criança na fase escolar:  “É nesse período em que os pequenos aprendem a lidar com as diferenças e a respeitá-las. Mas, além disso, é também o momento em que percebem que existem outras estratégias para satisfazer suas necessidades, como agressões,  xingamentos, mordidas e choros”. Lidar com esse tipo de comportamento pode parecer difícil, mas é por meio de tais sinais que é possível estabelecer  a boa convivência e o respeito às regras. “A agressividade, apesar de gerar muita preocupação, é importante para a criança aprender e se controlar e a impor seu ponto de vista. Morder, dar tapas e  xingar são formas da criança descobrir o mundo,  perceber limites e demonstrar que se sente incomodada com algo. Quando isso ocorre, o professor deve estar à frente da situação e, demonstrando muita calma, apontar as consequências de tais atos e como ela pode se expressar sem agredir o colega”, reforça Kelly Holanda, pedagoga e consultora familiar, com foco na educação infantil e consultoria pedagógica.
As funções dos dois lados
Dentro desse contexto já apresentado,  fica a dúvida: como estabelecer limites e regras sem invadir o espaço e o papel dos pais? O professor deve ter em mente que a escola tem uma missão diferente da educação que deve ser construída pela família. Nívea Fabrício, psicopedagoga e diretora do Colégio Graphein, São Paulo (SP), distingue as duas funções a serem executadas para a preparação da criança num âmbito escolar e social: “O papel da escola visa à formação das crianças e à integração delas no meio social, compartilhando experiências que permitam a elas entender a necessidade de respeitar regras e aos outros indivíduos. A família deve se responsabilizar pela formação ética e moral da criança, trabalhar a noção de limites e responsabilidades, deveres e direitos e ensinar a respeitar as diferenças e singularidade de cada um”.
Assim como os pais, alguns educadores também têm receio de estabelecer as regras de convivência, por temerem a imagem absoluta e arbitrária. Nívea conta que o segredo que difere o autoritarismo do comportamento adotado para que a outra pessoa torne-se mais educada ou disciplinada está no respeito à autoestima. “Se o professor tem medo de adotar essa postura, é importante buscar atividades para estreitar o relacionamento entre família e escola, que deve ser embasado por uma parceria harmônica entre todos os envolvidos”, acrescenta.
A relação entre os dois lados

O bem-estar da criança para que a escola seja um lugar agradável e convidativo tem de ser o objetivo em comum do educador e da família. A pedagoga e especialista em educação infantil, Gabriela Manzano Geraldini, comenta que “o professor deve conversar com os pais dos alunos que apresentem alguma dificuldade de convivência por problemas de indisciplina e perguntar como é o comportamento da criança em casa”. Além disso,  a pedagoga recomenda falar sobre os limites que devemos impor em certas ocasiões e a liberdade que devemos oferecer em outras. Para isso, agende reuniões e utilize textos de reflexão sobre o assunto para realizar um debate. A coordenadora da Escola Bloom, no Rio de Janeiro (RJ), Herika de Magalhães, explica que a conversa com a família é necessária, pois as crianças são o reflexo da educação dos pais. “Se elas crescem em um ambiente em que todos os seus desejos são atendidos, sem questionamentos, ela transporta esse modelo para outras relações”, diz.

Estratégias lúdicas

Ana Badih sugere que para construir as regras de convivência do grupo o ideal é promover os “Combinados da Turma”, que são normas a serem seguidas por cada uma das crianças. Faça uma roda com os alunos para que todos possam olhar uns aos outros. Cada criança é orientada a falar o que acha que deve ser permitido ou não na escola, e a professora faz a mediação dos comentários. Após a conversa, desenhe um semáforo em um cartaz e no sinal verde marque as sugestões do que é permitido e no sinal vermelho o que é proibido. “Lembre-se de que os limites devem ser sempre negociados, e nunca impostos. Dessa maneira, os ‘combinados’ são uma boa estratégia, pois são construídos pelas próprias crianças”, acrescenta Ana.  Gabriela Geraldini  confirma a necessidade de criar essa listinha da boa conduta de maneira interativa e recomenda brincadeiras para firmar o compromisso entre os alunos. “Inicio a aula com a 'Roda do  Boa Tarde', na qual as crianças dizem umas às outras boa tarde e contam como estão se sentindo naquele dia”.  Assim, elas respeitam a hora de cada um falar.  
Fonte: www.revistaguiainfantil.uol.com.br

Pais x Escola: um fato, duas versões

São os pais que não educam ou é a escola que dá chance para os alunos aprenderem o que não deveriam?
Uma das coisas que considero mais interessante na vida é observar como um mesmo fato é capaz de provocar interpretações muito diferentes, opostas até. E meu interesse aumenta quando a situação envolve os mais novos.
Esse fenômeno acontece por um motivo simples, nem sempre reconhecido: os pontos de vista de cada um que olha são bem diversos. Por exemplo: quando é o pai que coloca seu olhar sobre o filho, ele vê algo que pode ser bem diferente do que capta o olhar da mãe, não é verdade?
Pois hoje temos uma prova interessante a esse respeito: duas mensagens comentando a mesma situação, que envolve crianças entre quatro e seis anos, mas com abordagens bem distintas.
Um dos pontos de vista é o de uma mãe e o outro, de uma diretora de escola de Educação Infantil.
Nossa leitora, mãe de um garoto de cinco anos, escreveu para reclamar da escola onde matriculou o seu filho.
Ela diz que, apesar de ser nova na idade, pratica o que chama de “ educação à moda antiga” com o filho. Faz o menino respeitar os mais velhos, o ensina a falar  “obrigado”  e  “ por favor”, não admite palavrão, tampouco teimosia exagerada.
Depois de contar tudo isso, a leitora aliviou um pouco. “ Sei que ele é uma criança, só exijo dele o que ele pode fazer”, explicou.
O problema, segundo essa mãe, é que o garoto tem aprendido  fazer tudo o que ela não quer na escola. Agora, ela enfrenta um filho teimoso, bravo e rápido no palavrão. Nossa leitora acredita que o menino só pode trazer isso da escola, já que em casa não tem oportunidade de aprender essas coisas.
Já a diretora da escola reclama da falta de educação das crianças e responsabiliza os pais por isso.
Ela diz que crianças bem pequenas, desde os três anos, se comportam na escola como adolescentes rebeldes: xingam os colegas, brigam com eles pelos motivos mais banais e resistem muito a obedecer aos professores.
Essa outra leitora tem uma convicção: a de que as crianças assim se comportam porque, em casa, os pais pouco ensinam, por terem pouco tempo para estar com os filhos e, consequentemente, não querer desgastar o relacionamento com eles, ensinando uma boa convivência, o que, convenhamos, dá muito trabalho.
Quem tem razão  nessa história, afinal? São os pais que não educam seus filhos ou a é a escola que dá chance para os alunos aprenderem o que não deveriam?
Poderíamos dar razão a qualquer uma das interpretações. Mas, se considerarmos as crianças, podemos problematizar a situação para os dois pontos de vista.
De largada, vamos ter de admitir que são prerrogativas das crianças a provocação, a transgressão e também o ato de desafiar.
É só por causa disso que elas falam palavrões, mesmo sem entender o significado do que falam.
Mas uma coisa entendem: que fazem algo que provoca o adulto. É também apenas por isso que desobedecem, provocam seus pais e professores e, testam mil vezes as imposições e os impedimentos que lhes colocam.
Além disso, precisamos considerar que, no mundo contemporâneo, as crianças não são mais educadas apenas pela família e pela escola. A cidade educa, a mídia educa, a sociedade educa, etc.
Pronto: apenas esses pontos são suficientes para nos ajudar a entender que, quando uma criança faz algo que não deveria fazer, pode não estar nem na família, nem na escola, a responsabilidade por esse fato.
Mas de uma responsabilidade essas duas instituições não escapam: a de insistir nas boas lições, cada uma à sua maneira.

 

Fonte: Jornal Folha de São Paulo – 20/09/2011
Rosely Sayão – psicóloga e autora de “ Como educar meu filho?”

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

A primeira vez na escola


Como os pais devem agir para que a entrada das crianças na escola aconteça com naturalidade e alegria?
A primeira escola em que a criança vai estudar já foi cuidadosamente escolhida. Apesar de estar  tudo preparado, muitos pais podem ficar inseguros e apreensivos nos dias que antecedem o início das aulas, já que é uma nova fase para a criança e surgem diversas preocupações.
De acordo com a  psicóloga Raquel Momm, a insegurança  em enviar a criança pequena à escola é um sentimento que acontece em muitas famílias. A diferença é que muitos pais conseguem lidar com a situação e passar para as crianças a segurança necessária e outros invertem a ordem natural da relação pais e filhos e, ao invés de ampararem a criança e escutarem os seus medos, sobrecarregam a criança com seus próprios medos. “Este quadro apresenta os principais ingredientes para uma adaptação difícil”, afirma Raquel.
E o que fazer? Como a escola é o desconhecido para a criança, naturalmente pode haver insegurança. Por isso, antes do início das aulas, é importante que os pais conversem com seus filhos sobre a nova fase e que as informações passadas possam gerar segurança. “A participação dos pais é fundamental em cada aspecto, o que não implica de forma alguma em ficar dentro de sala de aula. Ao menos no primeiro dia de aula é interessante conseguir uma folga no trabalho para ficar disponível e buscar a criança bem mais cedo na escola, já que a criança ainda não tem noção de  tempo estabelecida e é primordial adaptá-la gradualmente”, aconselha Raquel.
Para a psicóloga, vale ficar apenas 30 minutos, por exemplo, na escola com a professora  e ir embora com “gostinho de quero mais” do que passar uma tarde inteira com a mãe ao lado ou então chorando. “Gradualmente,  a criança vai adquirindo sua própria confiança no ambiente escolar, na professora, e irá ficar bem, aproveitar a brincadeira, a aprendizagem”, ressalta a psicóloga.
A escola
De acordo com Raquel, o papel da escola é fundamental na adaptação da criança. Para ela, boas escolas são aquelas que têm sensibilidade em compreender a importância deste momento para cada família. “A empatia, ou seja, a capacidade de colocar-se na situação do outro, entender seu sentimento, sua angustia, é fundamental.  O tom de voz, a segurança, o carinho, o toque, o olho no olho, o professor dizer que irá cuidar bem da criança, que estará ao lado dele, são muito importantes”, afirma.
Para a psicóloga, qualquer processo adaptativo a ser conduzido pela criança é recompensado pelos inúmeros ganhos que a escola irá proporcionar a ela. “A escola de educação infantil representa para muitos pais um lugar de cuidados. Mas ela é muito mais do que isso. A socialização, conhecimento de mundo e desenvolvimento de conceitos e habilidades são inerentes à educação das crianças pequenas”, ressalta.
www.melhoramiga.com.br/

A ausência dos pais no círculo familiar

Os dias se tornam cada vez mais curtos quando paramos para pensar na quantidade de tarefas que precisamos realizar. A dificuldade em conciliar muitas atividades ao mesmo tempo  afeta de forma considerável o convívio familiar.
Na maioria dos casos, os esforços têm como objetivo a conquista por uma vida estabilizada e uma família bem constituída.  Para isso muitos pais possuem jornadas triplas, em que trabalham, estudam e cuidam da família, e muitos precisam de dois empregos para garantir uma melhor qualidade de vida.
No entanto, esses fatores fazem com que o convívio entre pais e filhos seja cada vez menor. Por conta do longo tempo fora de casa, a atenção e os momentos com os filhos se tornam raros, algo que pode prejudicar a estrutura familiar.
É importante que haja diálogo entre pais e filhos, intimidade para falar como se sentem e troca de experiências. A relação familiar deve ser verdadeira e aberta, para que não haja espaço para insegurança, ansiedade e carência.
Na tentativa de compensar a ausência familiar, alguns pais substituem a atenção que deveriam dar aos filhos com bens materiais, presentes e outros mimos que possam, de alguma forma, demonstrar a sua preocupação. Psicólogos afirmam que o maior erro cometido pelos pais é não saber educar seus filhos. Sem que percebam, educam da forma mais fácil, cedem aos desejos dos filhos e muitas vezes conseguem a obediência e compreensão por meio da compensação.
A convivência é muito importante e não deve ser substituída por qualquer bem material. Sejam crianças ou adolescentes, os filhos precisam de exemplo para que se desenvolvam e construam boas relações no convívio social.
Fonte: www.vocenocontrole.com.br

Volta às Aulas

 
A volta às aulas é uma época de expectativas, ansiedade, de reencontrar os amigos e também de se readaptar à nova rotina. Há pais que criam expectativa nesse período, pois é uma nova oportunidade para que os filhos se concentrem e levem os estudos mais a sério, com determinação. É hora também de voltar à rotina normal de levar e pegar os filhos na escola levá-los ao balé, judô, etc. Não importa a agenda, é preciso dose extra de paciência para retomar estas atividades. Deixar de dormir até tarde, andar de pijama o dia inteiro pela casa, assistir a todos os filmes da televisão e se adaptar aos novos horários é algo bastante complicado na volta às aulas. Em alguns casos as crianças podem até apresentar sonolência, irritabilidade e insônia. No entanto, é preciso tempo para se acostumar com a nova rotina, e isso acontece de acordo com o ritmo biológico de cada um. Para ajudar na readaptação, os pais devem voltar a determinar os horários de refeição e do sono para que as crianças sejam condicionadas à nova rotina. Isso também vale para as atividades de lazer. Os pais devem controlar melhor o tempo que as crianças passam na internet, na televisão e no vídeo game, principalmente à noite.  As aulas estão aí batendo à porta. Para alguns é somente o início de mais um semestre e o melhor a fazer é curtir as coisas boas que o ambiente acadêmico é capaz de proporcionar.
Fonte: UOL